Um rapaz de 24 anos, que residia em Colombo, no Paraná, faleceu em março em decorrência de raiva humana contraída no município de Ubatuba no início de janeiro de 2018. A informação é da secretaria estadual de Saúde, que emitiu relatório confirmando a doença laboratorialmente e pela evolução do quadro clinico epidemiológico. O estado de São Paulo não tinha casos confirmados da doença há mais de 10 anos.
Segundo o relatório, a vítima veio passar férias na casa do sogro e contraiu a doença em um acidente com morcego ocorrido no dia 3 de janeiro. O paciente não buscou atendimento médico em Ubatuba. Somente ao retornar ao Paraná, no dia 15 de janeiro, iniciou o esquema de vacinação, porém não terminou o tratamento. Em 19 de fevereiro, foi internado com quadro clínico sugestivo de raiva humana indo a óbito no dia 9 de março.
“Assim que fomos comunicados pela secretaria estadual de Saúde de São Paulo sobre a suspeita, na segunda quinzena de janeiro, desencadeamos todas as medidas preconizadas pelo Ministério da Saúde e pela secretaria estadual. Elas incluíram a captura de morcegos no bairro da Casanga, em parceria com a equipe do Estado, a vacinação casa a casa de todos os cães e gatos do bairro, atividades educativas orientando toda a população local sobre o manejo de morcegos e o que fazer diante da ocorrência de acidentes com animais”, explica Patricia Machado Sanches, supervisora da Vigilância em Saúde de Ubatuba.
A raiva é uma doença infecciosa viral aguda que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite (inflamação e infecção do cérebro) progressiva e aguda que leva à morte em praticamente 100% dos casos.
“Em caso de acidente com animais domésticos ou silvestres, não só mordidas como também arranhaduras ou lambeduras, o paciente deve buscar o mais rápido possível a avaliação médica para iniciar o tratamento. Todas as UBS do município de Ubatuba possuem vacina antirrabica humana para atender acidentes e temos também soro antirrábico disponível na Santa Casa”, informa Sanches.
Orientações
No caso de agressão ou contato por parte de algum animal potencialmente transmissor da raiva, o Ministério da Saúde recomenda:
- Lavar abundantemente com água e sabão e aplicar produto antisséptico.
- Procurar assistência médica o mais rápido possível, para que o médico possa avaliar o caso e prescreva, conforme o esquema de profilaxia da raiva humana, a melhor conduta a ser adotada, recomendando, se for o caso, a aplicação de vacina e/ou vacina e soro ou somente a observação do animal.
- Fornecer informações ao serviço de saúde quanto ao animal: se tem dono, endereço.
- Nas agressões por cães e gatos, quando possível, manter o animal em observação por 10 dias para ver se ele manifesta doença ou morre. Caso o animal adoeça, desapareça ou morra nesse período, informar o serviço de saúde imediatamente.
- NUNCA interromper o esquema profilático indicado sem prévia avaliação médica.
Prevenção
- A vacinação anual de cães e gatos é eficaz na prevenção da raiva nesses animais e, consequentemente, da raiva humana. A campanha de vacinação contra a raiva animal acontece normalmente no segundo semestre. Em Ubatuba, a previsão é começar em 18 de agosto e durar cerca de dois meses, com postos fixos e volantes.
- Deve-se sempre evitar a aproximação de cães e gatos sem donos, não mexer ou tocá-los quando estiverem se alimentando, com crias ou mesmo dormindo.
- Nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres diretamente, principalmente quando estiverem caídos no chão ou encontrados em situações não habituais.