A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta para os perigos e impactos a longo prazo do hábito de usar as redes sociais na vida dos menores. Para atualizar pediatras, pais e educadores sobre a influência dessas tecnologias a SBP publicou neste ano o Guia Prático de Atualização: Sem Abuso e Mais Saúde.
O guia mostra como as novas tecnologias de informação e comunicação (TICs), redes sociais e internet afetam as crianças e adolescentes nas questões de saúde e de comportamento. O guia também destaca importantes recomendações aos médicos sobre como avaliar na história e no exame, durante a consulta, casos suspeitos de violência ou abusos offline ou online; além de orientar os pais sobre alternativas seguras, educativas e saudáveis de atividades para crianças e adolescentes.
A exposição exagerada de informações sobre crianças representa uma ameaça à intimidade, vida privada e direito à imagem, como dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Somado a isso, todo conteúdo publicado na internet gera dados que, no futuro, podem ser desaprovados pelos filhos, por entenderem que sua vida privada foi exposta indevidamente durante a infância.
"A criança e o adolescente não devem ter vida pública nas redes sociais. Não sabemos quem está do outro lado da tela. O conteúdo compartilhado publicamente, sem critérios de segurança e privacidade, pode ser distorcido e adulterado por predadores em crimes de violência e abusos nas redes internacionais de pedofilia ou pornografia, por exemplo", concluiu a coordenadora do Grupo de Saúde Digital da SBP, Evelyn Eisenstein.