Tutor precisa estar ciente das mudanças do pet após a castração

O instinto animal é algo que não dá para simplesmente se desfazer


A castração do cachorro não é uma cirurgia recomendada por todos os veterinários, embora boa parte deles concorde que ela é benéfica para a saúde dos cães, já que é capaz de evitar doenças. Uma coisa é unânime: o pet castrado tem uma importante mudança de comportamento.

Uma das mais perceptíveis é que eles dão menos escapadas, sendo esse inclusive um dos principais motivos para os tutores optarem pela castração, principalmente aqueles que têm um pet que gosta de dar uns passeios sem permissão.

Isso acontece em razão do seu instinto, que faz os pets saírem para procurar suas parceiras para satisfazê-los. Porém, apesar de natural, as fugidinhas são perigosas para eles e muito assustadoras para os tutores, por esse motivo a castração é bem-vinda nesses casos.

Não é padrão, mas em alguns casos os pets ficam mais calmos. É importante salientar que isso ocorre em apenas alguns casos, pois a inquietude e agressividade tem diversas razões.

O Portal Tribuna Nordeste conversou com a médica veterinária Dra. Ana Paula Sanchez Barcelos, do Vet Quality Centro Veterinário 24h, que afirmou que diminuir hormônios como a testosterona pode sim modificar o comportamento do cachorro castrado.

Porém, se a causa da hostilidade for por estresse, ansiedade, falta de socialização e falta de gasto de energia, a castração não interfere em nada. Nesses casos, é preciso mudar os fatores externos para melhorar a qualidade de vida do pet.

Outra mudança é aquela situação de, nos passeios, o cão parar a todo momento para deixar sua marca: esse problema pode diminuir ou acabar de vez. Eles fazem isso pelo instinto de mostrar a outros cães, que aquele lugar ali tem dono. Depois de castrados, os hormônios responsáveis por esse hábito diminuem, assim como o hábito em si.

A especialista em comportamento animal, Renata Bloomfield, também da Vet Quality, explica que os cachorros necessitam de menos energia depois da castração. Para os tutores que não tem tanto tempo e espaço para passeios e brincadeiras muito frequentes, essa é uma boa notícia.

Porém, deve-se lembrar de consultar um médico veterinário para instruir sobre a dieta. Se o pet gastar menos energia e comer a mesma quantidade de comida, a tendência é engordar e chegar à obesidade.

O ato de fazer saliências com as pernas dos donos, das visitas ou de quem estiver por perto muda também nesse sentido e esses episódios acabam de vez.

Essas vantagens também se equivalem em relação às fêmeas, tendo em vista que se a castração for realizada cedo, as chances de desenvolverem câncer de mama reduzem bastante. Podem ser evitadas doenças uterinas, como a piometra, alterações ovarianas e gravidez imaginária.

Para finalizar, assim como os humanos, que é necessário realizar exames antes de qualquer cirurgia, os bichinhos também precisam. Na verdade, exames de rotina são fundamentais, em qualquer ocasião.

Apesar de o procedimento não ser muito invasivo, hemograma e eletrocardiograma completos dão a confirmação de que as chances de complicações são mínimas.

Portanto, a saúde precisa estar em dia antes do procedimento, para garantir o bem-estar do cachorro e não o submeter a riscos.