"Se os cristãos celebram a Eucaristia desde as origens e sob uma forma que, em sua substância, não sofreu alteração, através de grande diversidade dos tempos e das liturgias, é porque temos consciência de estarmos ligados ao mandato do Senhor, dado na véspera de sua paixão: 'Fazei isto em memória de mim'" (CaIC,1356).
Eis o grande banquete do Senhor, eis o sentido da Eucaristia que celebramos, a unidade dos cristãos ao redor da mesa sagrada. E todos são convidados! Jesus aproximou-se
dos pobres e sofredores para lhes garantir o pão de cada dia, o pão material e o pão espiritual. Assim, os discípulos de Cristo aprenderam também a viver a partilha dos bens, anunciando o Reino pela alegria de caminharem com o Deus dos últimos, testemunhando a vida de oração e de hospitalidade.
Participar desse banquete do Senhor é ter uma vida transformada e disposta a viver o sacrifício da conversão diária pela causa do Reino. Deliciar-se com o "alimento do céu" é dispor de um coração aberto ao perdão e ao amor, onde a Eucaristia produz o que de fato Ela é, sinal de unidade e de reconciliação, sinal de justiça e de misericórdia. Jesus é o profeta da misericórdia de Deus, que confere dignidade aos últimos e aos excluídos e que não compactua com uma sociedade marcada pela mentira e pelas desigualdades.
Só seremos dignos de participar desse banquete quando tivemos atitudes que demonstrem as bem-aventuranças do Reino. Não nos enganemos a nós mesmos, achando que
podemos enganar a Deus, que tudo sabe e tudo sonda. Enquanto formos indiferentes ao sofrimento alheio, enquanto formos semeadores de discórdias, enquanto formos insensíveis aos ensinamentos do Jesus, não seremos salvos pela aparência demonstrada de uma religiosidade desconectada com a Verdade.
O banquete está servido! A festa está preparada! Os amigos de Jesus são bem-vindos! Aquele que nos convida será o mesmo a nos oferecer a Sua confiança e amizade, libertando-nos de todas as misérias e nos acolhendo como amigos! Ao partilharem desse banquete, comendo e bebendo junto com Jesus, esses marginalizados de outrora se aproximam de um Deus que chega até eles como uma força que os cura e os transforma.