Rostos para amar

Esforço humano


Na realidade virtual que adentramos nas últimas décadas com a novidade da internet, muitas pessoas hoje se relacionam, na maioria do tempo, com amizades virtuais, abrindo mão daqueles bonitos momentos familiares e de convivência social, das boas prosas e do olhar nos olhos.

É muito natural encontramos pessoas com imensa dificuldade de tirar os olhos da tela de um celular e, por conta disso, enfraquecendo a riqueza dos relacionamentos humanos, excluindo muitas pessoas da própria convivência.

Ao escrever a Encíclica Fratelli Tutti, expressão muito usada por São Francisco de Assis, o Papa Francisco nos provoca sobre o valor dos relacionamentos quando escreve: "...ninguém pode experimentar o valor de viver sem rostos concretos a quem amar". E ainda escreve: "...a vida subsiste onde há vínculo, comunhão, fraternidade (...) não há vida quando se tem a pretensão de pertencer apenas a si mesmo e de viver como ilhas".

Uma relação sadia e autêntica se abre aos outros, respeitando o que cada pessoa tem de melhor, direcionando-nos para o valor do social, não nos fazendo pessoas fechadas.

No início da Encíclica o Pontífice recorda essa forma de viver como uma forma de vida com o sabor do Evangelho, onde a fraternidade possibilita valorizar e amar todas as pessoas, independentemente da proximidade física.

Temos urgência em "redespertar" esse grande valor nas pessoas, tirando-as do próprio egoísmo e da indiferença para com a vida que as cerca. É necessário, diz Francisco, fazer renascer, entre todos, um anseio mundial de fraternidade.

Mas como é difícil sentir o esforço humano para que esse sonho se torne realidade, pois as pessoas parecem cada vez mais resistentes a dar um primeiro passo, alimentadas pelo desânimo e pela desconfiança.

Não nos cansemos de acreditar num mundo de pessoas construtoras da paz e sejamos abertos ao diálogo, procurando sempre mais agregar os corações humanos nessa grande comunidade de homens e mulheres que acreditam no amor.