O que considerar ao escolher benefícios que atendam às necessidades reais dos colaboradores?

Escuta ativa, flexibilidade e personalização ganham espaço na escolha de benefícios mais alinhados com a nova realidade do trabalho


As empresas estão cada vez mais agindo visando o bem-estar dos colaboradores. Com isso, os pacotes de benefícios deixaram de ser complementos salariais e passaram a ocupar papel estratégico nas políticas de gestão de pessoas. 

Mas, para que esses recursos realmente façam diferença, é essencial que estejam alinhados às necessidades reais dos colaboradores. Isso exige escuta ativa, planejamento e sensibilidade às diferentes realidades existentes dentro da organização.

Oferecer um conjunto de vantagens que gere valor para todos os perfis profissionais de uma empresa não é tarefa simples. Homogeneizar soluções, apostando apenas nos benefícios mais tradicionais, pode resultar em baixo engajamento e uso limitado das ferramentas disponíveis. Por isso, entender o que os colaboradores realmente valorizam deve ser o ponto de partida para qualquer estratégia nessa área.

Conhecer o perfil do time é o primeiro passo

Antes de estruturar ou atualizar um pacote de benefícios, é fundamental conhecer quem são os profissionais que compõem a equipe. Idade, estado civil, número de dependentes, local de residência, modelo de trabalho (presencial, híbrido ou remoto) e até estilo de vida influenciam diretamente nas preferências e necessidades de cada um.

Levantamentos internos, como pesquisas de satisfação, formulários anônimos e rodas de conversa, são ferramentas úteis para mapear demandas específicas. Em muitos casos, benefícios tidos como indispensáveis para um grupo podem não ser valorizados por outro.

Personalização e diversidade de escolhas

A tendência dos últimos anos tem sido o oferecimento de benefícios personalizáveis. Plataformas de benefícios flexíveis, que funcionam com pontuação ou valores mensais para que o próprio colaborador escolha onde aplicar, têm ganhado espaço justamente por reconhecerem a pluralidade de perfis nas empresas.

Esse modelo permite que, dentro de um mesmo pacote, um funcionário opte por um plano de academia, enquanto outro utiliza o saldo em vale-combustível ou livros. A liberdade de escolha amplia a percepção de valorização individual e promove maior engajamento com as políticas de bem-estar da organização.


Relevância, não quantidade

Um erro comum entre empresas é focar na quantidade de benefícios oferecidos, quando o ideal é investir na relevância deles. Benefícios mal utilizados ou pouco conhecidos pelos colaboradores acabam não cumprindo sua função de apoio e podem ser vistos apenas como itens decorativos em processos seletivos.

Além disso, a comunicação sobre o que está disponível deve ser clara, acessível e constante. Muitos profissionais deixam de aproveitar vantagens importantes por falta de orientação. Canais de atendimento, manuais de uso e ações de endomarketing ajudam a garantir que os recursos sejam bem aproveitados.

Bem-estar em todas as frentes

Outro fator importante é que o pacote de benefícios deve considerar diferentes dimensões do bem-estar: físico, emocional, financeiro e profissional. Ações voltadas à saúde mental, por exemplo, têm se mostrado cada vez mais necessárias, assim como programas de educação financeira e incentivo à qualificação contínua.

O vale-refeição, nesse contexto, segue sendo um dos benefícios mais valorizados, por contribuir com a alimentação no dia a dia e aliviar despesas básicas dos trabalhadores. Mas ele deve vir acompanhado de outras iniciativas que façam sentido com a realidade do time e estejam alinhadas com os valores da empresa.

Conectar propósito e valorização

Ao planejar os benefícios oferecidos, é importante lembrar que cada item do pacote comunica uma mensagem da empresa sobre como ela enxerga e valoriza sua equipe. Um conjunto bem estruturado reforça o posicionamento institucional, transmite cuidado com o indivíduo e contribui diretamente para a atração e retenção de talentos.

Mais do que cumprir tabela, as empresas que desejam criar relações duradouras com seus colaboradores devem ouvir, adaptar e evoluir seus pacotes de benefícios continuamente. Ao considerar as necessidades reais do time, respeitando sua diversidade e promovendo escolhas relevantes, o RH se torna um verdadeiro promotor de engajamento e pertencimento dentro da organização.