Planeta sem lixo: 4 oportunidades de negócios que nascem da gestão de resíduos

Confira.


A gestão de resíduos é uma pauta que mobiliza não apenas a ciência e os poderes públicos e privados de todas as nações do planeta, mas também representa uma fonte de pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico e de geração de renda para o mercado.

Nesse ponto, a gestão de resíduos sólidos pode beneficiar diretamente as empresas responsáveis pelo manejo do próprio material descartado em sua cadeia produtiva ou se tornar a atividade primária de prestadores dessa categoria de serviço especializado para outras empresas (Business-to-Business) e órgão públicos.

O "lixo" que para muitos é um incômodo e um problema a ser descartado, para outros se transforma em oportunidades de negócio bem-sucedidas dentro de diferentes segmentos da gestão de resíduos. Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil deixa de incrementar R$ 14 bilhões provenientes da reciclagem, chegando a desperdiçar 12 milhões de toneladas de resíduos todos os anos. Conheça alguns modelos de negócio baseado na gestão de resíduos que estão atuando nessa fatia do mercado.

Tecnologias de gestão de resíduos para empresas

A legislação ambiental brasileira exige que as empresas efetuem sua própria gestão de resíduos sólidos de acordo com normas e leis que visam diminuir a geração de lixo e reduzir o seu impacto ambiental.

Para atender essa grande demanda, empresas como a VGR, se especializaram no desenvolvimento e implementação de softwares de gestão de resíduos sólidos online. Esse programa é capaz de gerenciar os resíduos produzidos em diferentes pontos da cadeia produtiva, identificando pontos críticos para atacar desperdícios. A ferramenta online também integra todas as etapas de gestão (identificação, segregação, transporte e disposição final) à relatórios e documentos necessários para prestação de contas aos órgãos fiscalizadores.

Gestão de resíduos na geração de energia

A chamada reciclagem energética já é praticada em grande parte do mundo, mas ainda é uma tendência a ser explorada no mercado brasileiro. Uma usina de biogás, capaz de transformar os gases provenientes em do lixo orgânico em energia elétrica, foi instalada em Ponta Grossa

A expectativa é que a planta chegue a processar 12 toneladas de resíduos orgânicos por dia, gerando o equivalente a 500 kWh de energia para prédios públicos da cidade. Essa quantidade de energia reciclada representa uma economia de até R$250 mil por mês e também colabora para o desafogamento do aterro sanitário municipal.

Empresas privadas já usam tecnologias semelhantes em suas plantas. Em Fortaleza, a fabricante de bebidas Ypióca já utiliza o bagaço de cana descartado de sua produção em uma usina termoelétrica: sua incineração é capaz de gerar energia para as caldeiras da fábrica.

Mercado de lixo eletrônico

O lixo se transforma na mesma velocidade em que a sociedade se moderniza. Nas últimas décadas, o lixo eletrônico também se tornou um problema para o meio ambiente e, consequentemente, uma fonte de material para empresas especializadas em sua coleta e reciclagem.

Apesar de inicialmente complexo devido às certificações ambientais necessárias, custos para implementação de equipamentos e adequação do espaço, uma empresa de coleta e reciclagem e gestão de resíduos sólidos eletrônicos pode trazer um bom retorno financeiro em médio prazo.

 Segundo dados do relatório 2021-2027 Eletronic Waste Recycling Industry, divulgado pela Market Reports World, o mercado global de reciclagem de componentes eletrônicos foi avaliado em US$794,67 milhões, com expectativa de crescimento de 3,68% até 2027.

Cooperativas de reciclagem

O setor de reciclagem brasileiro movimenta cerca de R$12 bilhões por ano, mas ainda perde mais de R$8 bilhões, segundo dados do Ipea. As cooperativas de reciclagem podem ser uma opção de entrada neste mercado ao mesmo passo que colabora para que menos lixo doméstico e industrial seja depositado no meio ambiente.

Muitas dessas cooperativas podem atender os poderes públicos, atuando na gestão de resíduos municipal ao coletar, separar e encaminhar os materiais para que sejam reutilizados em novos ciclos produtivos. Para isso, é necessário um local apropriado para a segregação dos resíduos, equipamentos de proteção para os trabalhadores da reciclagem, meios de transporte para a coleta e distribuição e maquinário específico para o processamento de cada tipo de material que será retrabalhado na cooperativa.

As especificações técnicas e documentos necessários para a abertura de uma cooperativa de reciclagem devem ser consultados junto à prefeitura da cidade.