Compra de carros usados aumenta na pandemia

Com custo de vida em alta e para manter distanciamento social no transporte público, comercialização de automóveis bate recorde em agosto


Com dados apurados pela Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (FENAUTO), ficou evidenciado que a compra de carros seminovos e usados no Brasil superou este ano em 2,4% das vendas registradas nos dois primeiros meses do ano passado, sendo que em fevereiro foram 13% a mais de negociações efetivas, em comparação com o mesmo período do ano de 2020.

Muitos são os fatores levados em conta na compra do veículo usado, como, por exemplo, a economia de dinheiro com o seguro, o registro, os impostos e a depreciação, assim como a falta de veículos novos. Em razão da alta dos valores das peças que as montadoras adquirem no mercado internacional, a fragilidade econômica do momento que vivemos e a necessidade de manter as medidas sanitárias vigentes, como o distanciamento social, ter um veículo automotivo passou a ser uma necessidade das pessoas.

O presidente da FENAUTO, Ilídio dos Santos afirmou que "percebemos que o consumidor não abandonou o desejo de comprar - apenas adiou esse desejo enquanto as informações sobre a pandemia ainda eram poucas ou confusas. Na medida em que a situação foi se estabilizando, o consumidor retomou seu desejo de comprar um veículo, até por segurança, pois tinha receio de usar transportes públicos lotados, como metrô e ônibus, e também veículos de aplicativos". E acrescenta que "as vendas seguem tendências do desempenho da economia. No caso do ano passado, com a queda da atividade econômica, o que percebemos foi um movimento maior no que chamamos de 'troca com troco', quando o consumidor troca seu carro por um modelo mais antigo para receber uma parte em dinheiro e quitar dívidas que contraiu durante o período crítico da pandemia".

Alguns passos, porém, são necessários antes de finalizar a compra de um veículo usado, principalmente identificar aquele que se encaixa às suas necessidades de uso e condições financeiras. Em seguida, elabore uma lista focada em segurança, design diferenciado, desempenho e praticidade. Alguns especialistas sugerem prestar atenção aos ruídos do carro, fazer um teste e uma vistoria completa, avaliar se o valor do veículo é compatível com as ofertas do mercado, pesquisar a situação de documentação e o histórico do veículo.

De acordo com o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (FENABRAVE), Alarico Assumpção Júnior, a comercialização de 6,8 carros usados corresponde ao emplacamento de um veículo novo - portanto, o maior número desde o ano de 2004. E acrescenta que dois fatores se destacam: a oferta de crédito e a redução de veículos novos nos estoques.