Com dados apurados pela Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (FENAUTO), ficou evidenciado que a compra de carros seminovos e usados no Brasil superou este ano em 2,4% das vendas registradas nos dois primeiros meses do ano passado, sendo que em fevereiro foram 13% a mais de negociações efetivas, em comparação com o mesmo período do ano de 2020.
Muitos são os fatores levados em conta na compra do veículo usado, como, por exemplo, a economia de dinheiro com o seguro, o registro, os impostos e a depreciação, assim como a falta de veículos novos. Em razão da alta dos valores das peças que as montadoras adquirem no mercado internacional, a fragilidade econômica do momento que vivemos e a necessidade de manter as medidas sanitárias vigentes, como o distanciamento social, ter um veículo automotivo passou a ser uma necessidade das pessoas.
O presidente da FENAUTO, Ilídio dos Santos afirmou que "percebemos que o consumidor não abandonou o desejo de comprar - apenas adiou esse desejo enquanto as informações sobre a pandemia ainda eram poucas ou confusas. Na medida em que a situação foi se estabilizando, o consumidor retomou seu desejo de comprar um veículo, até por segurança, pois tinha receio de usar transportes públicos lotados, como metrô e ônibus, e também veículos de aplicativos". E acrescenta que "as vendas seguem tendências do desempenho da economia. No caso do ano passado, com a queda da atividade econômica, o que percebemos foi um movimento maior no que chamamos de 'troca com troco', quando o consumidor troca seu carro por um modelo mais antigo para receber uma parte em dinheiro e quitar dívidas que contraiu durante o período crítico da pandemia".
Alguns passos, porém, são necessários antes de finalizar a compra de um veículo usado, principalmente identificar aquele que se encaixa às suas necessidades de uso e condições financeiras. Em seguida, elabore uma lista focada em segurança, design diferenciado, desempenho e praticidade. Alguns especialistas sugerem prestar atenção aos ruídos do carro, fazer um teste e uma vistoria completa, avaliar se o valor do veículo é compatível com as ofertas do mercado, pesquisar a situação de documentação e o histórico do veículo.
De acordo com o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (FENABRAVE), Alarico Assumpção Júnior, a comercialização de 6,8 carros usados corresponde ao emplacamento de um veículo novo - portanto, o maior número desde o ano de 2004. E acrescenta que dois fatores se destacam: a oferta de crédito e a redução de veículos novos nos estoques.