Para quem investe em criptomoedas, as carteiras virtuais são um assunto sério. Os entusiastas do bitcoin e das demais moedas eletrônicas vislumbram um futuro no qual o dinheiro físico esteja superado e todas as transações sejam efetuadas através dos ativos digitais. Nem o derretimento recente do preço do bitcoin mudou as expectativas dos especialistas no mercado cripto.
A aceitação das moedas virtuais vem crescendo e está ficando mais fácil utilizá-las - assim como o mundo está se adaptando à realidade do mercado cripto. Algumas carteiras virtuais, como a Binance, tornam muito simples a conversão de valores em moedas convencionais (como o real e o dólar) para criptomoedas.
Ao mesmo tempo, a possibilidade de pagar por mercadorias e serviços com moedas digitais está atingindo cada vez mais setores. O pagamento com criptomoedas em cassinos online, por exemplo, já é uma realidade para fazer apostas.
Em março, causou frisson no mercado de criptoativos a decisão da PayPal de começar a aceitar moedas digitais como pagamento nos EUA. A empresa não cobra taxas nas transações com cripto. As moedas incluídas são bitcoin, ethereum e litcoin. A liberação atingiu 29 milhões de comerciantes que usam a carteira PayPal no país.
No momento do pagamento, a operação é liquidada em dólar e convertida na moeda do país do estabelecimento, o que quer dizer que, na prática, o usuário vende a quantia em criptomoeda para pagar pelo produto ou serviço. Recentemente, a Visa também anunciou que também passaria a aceitar moedas digitais para liquidar operações.
A PayPal já permitia a compra de criptomoedas na sua plataforma. Neste mês de julho, diante de um aumento na demanda, a empresa aumentou o limite semanal para compra de US$ 20 mil para US$ 100 mil. O limite anual foi abolido.
As ações de empresas como a PayPal e a Visa em direção ao mercado cripto são importantes marcos para que as moedas digitais se tornem úteis como forma de pagamento, e podem incentivar outras empresas a seguirem o exemplo. Sem isso, as criptomoedas continuariam a ser usadas apenas como reserva de valor.
Em julho, a Visa informou que os gastos dos seus clientes relacionados a criptomoedas alcançaram o volume de US$ 1 bilhão no primeiro semestre de 2020. São sinais como esses que levam as empresas do setor financeiro a buscar uma intimidade maior com o mercado cripto. A Visa firmou parcerias com ao menos 50 plataformas de moedas digitais para tornar mais prática aos consumidores a realização de conversões e pagamentos.
Os benefícios das criptomoedas no e-commerce
A pandemia da covid-19 levou a uma alta expressiva do comércio eletrônico em 2020, e a expectativa é que a maior parte das pessoas que adquiriu o hábito de fazer compras pela internet durante a crise de saúde pública não perca o costume. O cenário incentivou as empresas a buscar novas formas de pagamento, como as criptomoedas, além dos métodos tradicionais, como cartão de crédito, débito, boleto bancário e transferência.
Efetuar uma compra com bitcoin possui vantagens. A mais óbvia é que, para aqueles que estão investindo na criptomoeda, não é preciso converter o valor para uma moeda nacional para consumir. Além disso, o bitcoin tem um taxas baixas. Cada transação custa, em média, 1% pelo sistema conhecido como "gateway". O cartão de crédito, em comparação, gera taxas que variam entre 4% e 6%.
Outro fator positivo do bitcoin é que, para usá-lo, o consumidor precisa ter apenas uma carteira virtual, que é gratuita. Já para usar cartão de crédito ou débito é necessário uma conta bancária.
O que definirá em que passo as criptomoedas vão se integrar ao e-commerce é a demanda que existir por parte dos consumidores. O Uber, por exemplo, já declarou que está aberto a permitir o pagamento de corridas com moedas virtuais caso exista demanda o suficiente.