SindMetal SJC faz ato em frente à Prefeitura de São José dos Campos nesta segunda-feira

A manifestação é em prol dos trabalhadores demitidos pela Embraer


Trabalhadores demitidos pela Embraer e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos realizam uma manifestação, na segunda-feira (14), às 10h, em frente à Prefeitura. A reivindicação é que o prefeito Felicio Ramuth (PSDB) receba os trabalhadores e cobre da empresa o cancelamento das 2.500 demissões.

Na manhã de sábado (12), trabalhadores e familiares realizaram um ato em frente à fábrica, com o apoio do Sindicato. Lá ficou estabelecido, por meio de votação, que as próximas medidas em defesa do emprego serão para pressionar o poder público a se posicionar contra a demissão em massa feita pela Embraer.

 "As demissões feitas pela Embraer representam um prejuízo social muito grande na vida desses trabalhadores e de toda a sociedade. Não iremos aceitar qualquer acordo que ofereça migalhas. Exigimos a reintegração de todos", afirmou o diretor do Sindicato Herbert Claros.

Audiência no Tribunal Regional do Trabalho

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) - 15ª. Região agendou para o dia 22, às 10 horas, a audiência de conciliação (virtual) entre a Embraer e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Estarão em pauta as 2.500 demissões realizadas pela empresa.

O Sindicato entrou com ação de dissídio coletivo contra a Embraer para requerer o cancelamento de todas as dispensas, inclusive as referentes ao Programa de Demissão Voluntária. No dia 3, a empresa anunciou o corte direto de 900 trabalhadores e de outros 1.600 que aderiram ao PDV.

Entre os argumentos apresentados pelo Sindicato está o fato de a Embraer não ter negociado com a entidade antes de concretizar as 900 demissões e de não cumprir sua responsabilidade social em tempos de pandemia.

Acordo assinado no dia 9 de abril, cláusula 8.1, prevê: "Ao final do prazo acima estipulado (60 dias de suspensão dos contratos), como alternativa ao retorno imediato ao trabalho, as partes buscarão negociar, como medida de preservação dos empregos, nova suspensão contratual". A Embraer não cumpriu essa cláusula.

Proposta

O Sindicato levará para a mesa de conciliação a proposta de equalização dos supersalários pagos pela empresa, estipulando-se um teto de R$ 39.200 - equivalente à remuneração de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Documento oficial da própria Embraer mostra que nos meses de março, abril e maio havia 122 remunerações com valores entre R$ 50 mil e R$ 2 milhões mensais. A soma desses montantes seria suficiente para pagar os salários de todos os 2.500 demitidos. O documento não traz informações dos outros meses.

ATUALIZAÇÃO: 11H30

Alesp

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) realiza também nesta segunda-feira (14), às 18h, uma audiência pública virtual para debater as 2.500 demissões feitas pela Embraer. Estarão em discussão as medidas necessárias para a proteção ao emprego e as consequências causadas pela demissão em massa.  A audiência acontecerá via Zoom e será transmitida pela TV Alesp.