Volume da exportação brasileira para a China é quase o dobro dos Estados Unidos

Embora os americanos tenham registrado aumento de 13,3% na compra de produtos brasileiros, a China continua sendo o principal destino das exportações brasileiras


A aproximação entre os presidentes Jair Bolsonaro e o norte-americano Donald Trump, em março, rendeu ao Brasil um aumento de 13,3% nas exportações para aquele país. No entanto, a China continua, de longe, sendo o maior comprador dos produtos brasileiros, praticamente o dobro do volume que o Brasil exporta para os Estados Unidos.

Os dados foram divulgados hoje (13). Segundo o Indicador de Comércio Exterior (Icomex), da Fundação Getulio Vargas (FGV), a relação comercial com os chineses cresce a cada ano e faz da China o principal destino das exportações brasileiras. O índice aponta 27,8% dos produtos exportados pelo Brasil para o gigante asiático. 

A diferença para o segundo colocado, os Estados Unidos, ficou em 14,7 pontos percentuais. A participação da China no comércio exterior brasileiro supera até a do bloco da União Europeia, que soma 16,3%.  Vale lembrar, porém, que o volume de exportações brasileiras para os dois países é desigual, mas as relações comerciais são bem peculiares.

Balança comercial - O Icomex indica que os superávits da balança comercial do Brasil são influenciados pelo comércio exterior com a China. No acumulado até outubro, o saldo da balança somou US$ 34,9 bilhões. Só com a China, foi US$ 21,4 bilhões. O grupo Demais da América do Sul teve saldo de US$ 6,4 bilhões e a União Europeia de US$ 2 bilhões.

Apesar de ser o principal mercado das compras externas brasileiras, a diferença dos percentuais nas importações da China no mês é menor em relação aos Estados Unidos e a União Europeia. No caso da América do Sul, a diferença é de 8,6 pontos percentuais.

Recuo - Segundo a FGV, os volumes exportados caíram em todos os mercados, com exceção dos Estados Unidos, que registrou aumento de 13,3%. A queda de 10% nos preços das exportações no período favoreceu o aumento de 2% no valor exportado, apesar da elevação em mais de 10% no volume.

O petróleo foi o principal produto exportado, seguido das semimanufaturas de aço. Os destaques da lista das principais exportações com variação positiva são a gasolina (332%), o etanol (25%) e outras manufaturas (44%). Para a China, o volume exportado caiu 2,8% e a Argentina, que enfrenta recessão, registrou queda de 35,9% no volume e 38,4%, em valor.

O maior aumento nas importações foi registrado com os Estados Unidos, que tiveram de 13% de elevação no volume, seguido da China com 1,6% e recuo nos demais mercados. A principal importação do Brasil dos Estados Unidos são os óleos combustíveis e o principal produto exportado o petróleo bruto.


Com informações da Agência Brasil