ABIMAQ divulga desempenho do setor de bens de capital mecânico em outubro

Melhor desempenho continua puxado pelas vendas internas


A ABIMAQ divulgou, durante coletiva realizada nesta terça-feira (26/11), o desempenho do setor de bens de capital mecânicos referente ao mês de outubro. Os dados apontaram que as receitas de vendas da indústria brasileira de máquinas e equipamentos ficaram estáveis na passagem de setembro para outubro, mas registraram crescimento em relação ao mesmo mês de 2018.

"Registramos um crescimento focado no mercado doméstico. Precisamos de um mercado propenso a comprar equipamentos, mas ainda vemos uma economia em desaceleração", destacou Cristina Zanella, Gerente de Economia e Estatística da ABIMAQ.

Curva de comportamento

O bom desempenho das vendas no mercado doméstico durante o mês de outubro foi determinante para a manutenção do patamar positivo do setor em relação ao ano passado. A melhora nas vendas de bens sob encomenda, notoriamente para celulose e mineração, é o fator preponderante para esse crescimento.

As exportações, que em 2018 tiveram papel fundamental para melhora das vendas, neste ano foram freadas por um cenário mundial em desaceleração. O crescimento acumulado em 2019 (1,4%), abaixo portanto das expectativas da ABIMAQ, é reflexo dessa perda de dinamismo das vendas no mercado internacional.

Exportação

As exportações de máquinas e equipamentos registraram queda em outubro tanto em relação ao mês de setembro (-11%) quanto sobre outubro de 2018 (-21,1%). O resultado acumulado no ano piorou 1,8 p.p., saindo de uma queda de 4,5% acumulada até o mês de setembro para uma queda de 6,3% até outubro.

Ainda que o câmbio, ao redor de R$/US$ 4 tenha proporcionado melhora nos retornos financeiros dos exportadores de máquinas e equipamentos, o cenário internacional em desaceleração vem inviabilizando o aumento das vendas, principalmente nos países da América Latina, alguns da Europa e na China.

Importação

Outubro registrou novamente forte expansão nas importações de máquinas e equipamentos. Parte da explicação para esse movimento está nas alterações legais decorrentes do Repetro Sped, que proporcionaram mudanças na propriedade dos equipamentos de pesquisa e exploração de petróleo e gás natural de subsidiárias localizadas no exterior para empresas sediadas no Brasil.

Em 2019, o crescimento foi de 21%, com início em maio, sustentando principalmente pelas aquisições de componentes para geração de energia, válvulas, tubulações, equipamentos de sondagem e exploração de óleo e gás.

Consumo Aparente

O consumo aparente (produção - exportação importação) de máquinas e equipamentos registrou crescimento em outubro tanto em relação ao mês imediatamente anterior (21,5%) quanto em relação ao mesmo mês do ano anterior (33,7%).

No ano, o aumento na aquisição de máquinas e equipamentos foi de 15,9%. Parte importante desse aumento advém do mercado externo, que ampliou sua participação em 3 p.p., de 60% em 2018 para 63% em 2019 no mercado doméstico. Novamente, o Repretro Sped aparece como importante variável explicativa, mas neste caso aparece também a variação cambial do período, via conversão monetária, cujo impacto foi de 5,6 p.p. na taxa de crescimento do ano.

Emprego

 Após ter reduzido em mais de 90.000 o número de pessoas empregadas na indústria brasileira de máquinas equipamentos, em 2018 o setor retomou o processo de ampliação e contratou 10.000 pessoas.

Em 2019, manteve suas contratações e, em outubro, ainda que tenha registrado queda de 0,4% em relação ao mês imediatamente anterior, o setor atuou com 306.310 pessoas. Em relação ao número de pessoas ocupadas no final do ano passado, este número foi 1,8% superior, equivalente a 6.000 trabalhadores adicionais na indústria de máquinas.