O novo estudo realizado por pela organização suíça Small Arms Survey revelou o Brasil na sexta posição no ranking de armas de fogo em mãos de civis. Há aproximadamente um bilhão de armas de fogo no mundo, e a grande maioria delas está em mãos civis - não militares. Segundo o estudo, um total de 85% das armas de fogo legais e ilegais do mundo está na mão de civis - excedendo em muito o número de armamentos em posse das Forças Armadas modernas e pelos órgãos de segurança pública.
O grupo, que fornece pesquisa e perícia sobre proliferação de armas e violência armada, examinou a propriedade de pistolas automáticas e revólveres, espingardas, carabinas, rifles de assalto e metralhadoras sub e leves, mantidas por entidades civis, militares e policiais. Estima-se que 857 milhões de armas de fogo, tanto legais como ilícitas, sejam mantidas por civis, incluindo indivíduos, empresas de segurança privada, grupos armados não-estatais e gangues.
Curiosamente, o número de armas nos arsenais militares é muito menos impressionante, mostra o documento. Os estoques pertencentes às forças armadas em 177 países continham pelo menos 133 milhões de armas de fogo. Rússia, China, Coreia do Norte, Ucrânia e os EUA combinados têm os maiores estoques de armas pequenas do mundo.
O Exército russo possuía o maior arsenal militar de armas de fogo (30,3 milhões), mas anunciou o descarte de mais de 10 milhões de armas em 2010, incluindo quatro milhões de fuzis de assalto Kalashnikov, destacou o Small Arms Survey.
Grande parte das armas de fogo em mãos de civis no Brasil está sob a guarda de empresas de segurança privada. O especialista em segurança Glauco Tavares, que dirige o Grupo RG Brasil, ressalta que, segundo orientação da Polícia Federal, o uso de arma de fogo por parte de vigilantes é autorizado somente durante o período de trabalho. "Ao fim do expediente o armamento deve ser recolhido, já que está sob responsabilidade da empresa prestadora do serviço", afirma.
Tavares aponta que, apesar do domínio das armas de fogo, o emprego de armas não letais tem ganhado espaço na segurança privada. "Em algumas situações para garantir a seguridade do ambiente e a integridade do profissional encarregado do serviço, o artifício de defesa mais recomendado é a arma não letal, principalmente quando não há necessidade de uso da força", aponta o especialista. Os profissionais são devidamente treinados para garantir o melhor manuseio dos artifícios.