Brechó: o consumo do futuro

Alternativas às lojas de departamento podem mudar a forma como compramos


Comprar roupas, sapatos e acessórios é um costume comum entre a maioria das culturas. Entretanto, nossos hábitos de consumo, tão ligados ao descarte excessivo, têm passado por um período de mudança, com brechós e peças de segunda mão ganhando cada vez mais espaço.brecho,

No passado, os brechós eram muito associados a lugares cheios de poeira, com peças velhas e sem muito valor. Hoje em dia, ainda existem locais de garimpo menos glamourosos, onde é necessário ir a fundo para encontrar peças valiosas. Entretanto, o movimento atual tem focado suas energias na criação de brechós de luxo, com espaços próprios e preços que podem chegar na casa de R$ 1 mil. Em paralelo a esses, há opções mais em conta, com roupas modernas e interessantes, que não passam de R$ 100.

Redes sociais e sites de revenda também têm ajudado a popularizar esse movimento. Com a facilidade de olhar o catálogo de peças disponíveis e com modelos de entregas variados, indo de envio pelo correio até encontros no metrô para adquirir a peça comprada, fica muito mais fácil conseguir compradores. Além disso, é possível encontrar peças clássicas e de vários estilos, que continuam relevantes mesmo com o passar do tempo. Camisas e blusas femininas, calças, vestidos e acessórios em geral têm espaço nas araras.

A busca por alternativas mais sustentáveis tem levado os consumidores a explorar outras formas de se vestir, mostrando que nem sempre a última tendência é o que está realmente na moda. De acordo com pesquisa realizada pela E-commerce ThredUp 2019, a projeção de crescimento até 2028 indica que o mercado de roupas usadas nos EUA valerá US$ 64 bilhões, em comparação com o mercado de fast fashion, que ficará com US$ 44 bilhões.

Além disso, 40% dos consumidores atuais consideram o valor de revenda de um item antes de comprá-lo -- um crescimento de quase duas vezes mais em relação há cinco anos, o que indica um crescimento na tendência de repassar itens, mantendo no armário só itens e peças realmente essenciais.

A relação que as marcas têm com questões relacionadas à sustentabilidade tem sido uma questão com cada vez mais peso para os consumidores. Em 2013, 57% das pessoas tinham preferência por comprar de marcas ambientalmente amigáveis. Já em 2018 esse número chegou à marca de 72% dos compradores.

Questões como meio ambiente, estilo de vida minimalista e vontade de estar emocionalmente ligado com cada item mantido em casa têm gerado mudanças na forma como consumimos roupas, nos alimentamos e mantemos uma rotina -- novos hábitos que, a longo prazo, deixaram de impactar só a vida pessoal, mas também o coletivo e o planeta como um todo.