O segundo domingo de dezembro (8) será um dia especial e de muita atividade no Museu do Folclore de São José dos Campos. Ao mesmo tempo, o museu dará início ao Ciclo de Natal, fará abertura do seu presépio (montado na área externa) e da exposição temporária As Folias de Reis e o Museu do Folclore. No mesmo dia, o museu também comemorará 32 anos de criação, com direito a bolo de aniversário.
Na abertura do presépio estarão presentes a Folia de Reis Esplendor do Oriente (Jardim Satélite), Cia Irmandade Santos Reis (Parque Novo Horizonte), Folia de Reis de Santana (Santana) e Folia de Reis do Mestre Zé Mira (Putim), todas de São José. Já no encerramento do ciclo e fechamento do presépio, em 26 de janeiro de 2020, acontecerá a Chegada e Benção das Bandeiras, com a presença de mais folias.
Toda esta atividade é aberta ao público e acontecerá nas áreas interna e externa do Museu do Folclore, entre 14h e 17h, não havendo necessidade de confirmação de presença.
Montagem do presépio
Com relação à montagem do presépio, como já é tradição, ela está sendo feita por uma pessoa da comunidade escolhida pelo museu, que neste ano é a costureira Nair Martins de Souza, 50 anos, joseense e moradora no bairro de Santana, região norte. Há nove anos Nair monta o presépio da sua casa e se sente emocionada pela oportunidade de montar o presépio do museu pela primeira vez.
Nair conta que quando era criança sempre acompanhou seu pai montando o presépio da sua casa e foi daí que passou a gostar deste fazer tradicional. "Hoje faço isso com muito carinho e fé. Os presépios que já montei são simples e o mais importante é o que eles simbolizam, o nascimento do Menino Jesus", enfatiza Nair.
Para compor o presépio, Nair está utilizando figuras de argila do acervo do Museu do Folclore e outras peças encomendadas por ela, como monjolo, roda d'água, capela e gruta. Ela também está utilizando materiais adquiridos pelo museu, como manta acrílica, palitos de sorvete, lâmpadas e papel pedra.
Nair ainda relata que é integrante da Folia de Reis de Santana há 13 anos e, desde então, participa da abertura e fechamento do presépio do Museu do Folclore. "Desta vez, minha satisfação será em dobro, estou me sentindo presenteada", diz Nair.
Exposição temporária
A exposição temporária As Folias de Reis e o Museu do Folclore, é uma homenagem a todos os grupos de folias que já passaram pelo museu desde 1997, ano em que ele foi instalado no Parque da Cidade, em Santana, e que foi montado o primeiro presépio. A mostra ficará aberta até o dia 26 de janeiro de 2020 e poderá ser visitada no mesmo horário de funcionamento do museu.
A exposição terá bandeiras, vestimentas, instrumentos, máscaras e outros adereços utilizados pelas Folias de Reis. A intenção é que o público possa conhecer os detalhes de cada um desses objetos e entenda o seu significado nesta manifestação bastante peculiar da nossa região. Os objetos da mostra estarão nas salas São José dos Campos e Brasil, da exposição de longa duração do museu.
A montagem de presépios em residências e espaços públicos é uma das muitas manifestações da população para comemorar o nascimento de Jesus. Além das montagens dos presépios, outras manifestações acontecem durante o Ciclo de Natal, como troca de presentes, mensagens, visitas, cerimônias religiosas e tantas outras como, por exemplo, as manifestações das Folias de Reis.
Homenagem
Também será feita uma homenagem ao mestre Sebastião Marcolino, que por mais de 65 anos foi responsável pela formação e condução da Folia de Reis Estrela Guia, de São José dos Campos. Quando a folia terminou ele doou ao Museu do Folclore a bandeira, objetos, roupas utilizadas pelos integrantes.
Sebastião Marcolino nasceu em 1933 em Minas Gerais. Foi marceneiro de profissão. A dedicação às bandeiras da Folia de Reis começou aos oito anos de idade, quando vivia em Conceição do Rio Verde, acompanhando seu pai, José Marcolino.
Gestão
O Museu do Folclore foi criado em 1987 pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo e, atualmente, é gerido pelo Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP), organização da sociedade civil sem fins lucrativos, com sede em São José dos Campos. A instituição foi criada em 1999, dois anos após o museu ter sido transferido para o Parque da Cidade, em Santana.