Entenda o efeito do açúcar no cérebro

A necessidade de ingerir doces está diretamente ligada ao estresse


Durantes tarefas trabalhosas, como um dia cheio no trabalho ou o estudo para uma prova importante, muitas pessoas relatam sentir uma vontade intensa de comer doces e mais disposição e facilidade para realizar suas obrigações depois de consumir sua sobremesa favorita. Pensando nisso, precisaria o cérebro do açúcar para funcionar melhor?

A glicose, da família dos açúcares, é, sim, o maior dos combustíveis para o cérebro. Ela  utiliza grandes quantidades para exercer suas funções, usando 20% de todo o oxigênio que chega ao corpo para queimá-la. O monossacarídeo ainda é utilizado na produção dos neurotransmissores glutamato, GABA e de antioxidantes que neutralizam os radicais livres, derivados da própria queima dela.

Porém, se engana quem pensa que precisa consumir alimentos ricos em açúcar para melhorar seu desempenho cerebral. É constatado que, mesmo sem consumir alimento algum durantes dias, o corpo consegue manter os níveis ideais de glicose no cérebro de um indivíduo saudável. Para que esse equilíbrio seja  mantido, os outros órgãos do corpo poupariam o consumo da substância, para que as funções neurológicas não fossem prejudicadas.

O que causa essa vontade de comer durante momentos estressantes pode ter duas origens: uma ligada à sensação de perigo e outra ao chamado sistema de recompensa.

Perigo e fuga

O pensamento de que temos a responsabilidade de concluir um trabalho difícil faz o medo surgir e, com ele, a necessidade de fuga. Nosso corpo compreende essa situação e se prepara para a defesa; assim, há a liberação do neurotransmissor adrenalina e do hormônio cortisol. Para passar por essa possível situação emergencial, o corpo precisa de muita energia, então o hormônio da insulina faz com que o açúcar do sangue vá para dentro das células - consequentemente, causando fome.

Sistema de recompensa

Mas, quando os alimentos desejados são os doces, e não a sensação de fome no geral, a explicação pode estar muito mais ligada a um sistema de recompensa. Isto é, seu cérebro compreende que fez trabalhos exaustivos e tenta compensar o corpo com a boa sensação vinda da ingestão de açúcar.

A sensação do doce na língua aciona a dopamina, que indica que um momento de prazer será registrado na memória, já que esse tipo de alimento é ligado a boas situações. Esse estímulo melhora o humor e o desempenho em quaisquer atividades.

O perigo do açúcar

O açúcar branco é rapidamente absorvido pelo corpo; assim, a sensação de fome vem novamente em menos tempo. Esse ciclo pode continuar caso o alimento escolhido para comer depois seja novamente um doce e a ingestão de calorias só aumentará.

 Esse hábito pode causar a perda de sensibilidade à insulina. O hormônio é produzido, mas as células não o reconhecem; assim, a glicose se acumula no sangue e pode levar a um quadro de diabetes do tipo 2. Essa substância em grande quantidade ainda danifica o cérebro e aumenta a probabilidade de desenvolver Alzheimer.

A solução é substituir os processados por fontes de açúcares naturais, que são mais benéficas à saúde e contêm mais fibras, que fazem a absorção do copo ser mais lenta, promovendo a saciedade. Boas opções são abacate, acerola, amora, cereja, coco framboesa e morango.

Para se aventurar nos sabores mais diversificados, pode-se prestar atenção a versões mais saudáveis do que já é consumido comumente como sobremesa. O chocolate meio amargo é preferível quando comparado com o ao leite, assim como o açaí, com menos misturas e adição de açúcar mais baixa, pode se encaixar bem no lugar do sorvete e o pão integral no lugar do branco - sempre pensando na quantidade de nutrientes e fibras, que ajudam a equilibrar os processos de absorção do corpo