A Fundação Grupo Volkswagen e a BASF uniram-se para apoiar a produção de máscaras de algodão laváveis com visor transparente na região da boca. O objetivo é tornar esse equipamento de proteção individual, fundamental para a prevenção à COVID-19, acessível para pessoas com surdez que realizam leitura labial. Além disso, esse modelo humaniza o convívio em tempos de pandemia, uma vez que possibilita a visualização de sorrisos e outras expressões faciais.
"A ideia nasceu de um colaborador da Volkswagen Financial Services, uma das empresas que fazem parte dos órgãos de governança da Fundação Grupo Volkswagen. Inspirado na iniciativa de uma estudante norte-americana, ele e seu grupo do curso de Mestrado em Gestão da Inovação da Universidade Federal do ABC procuraram a Fundação, em busca de apoio técnico para um protótipo. Não só por termos um projeto de costura, mas também porque a inclusão de pessoas com deficiência é uma das causas que abraçamos", explica Vitor Hugo Neia, Diretor de Administração e Relações Institucionais da Fundação.
A partir desse contato, a Fundação Grupo Volkswagen apresentou o desafio a uma das empreendedoras participantes do Costurando o Futuro, projeto voltado à empregabilidade a ao empreendedorismo em comunidades por meio da formação profissional em costura. Além disso, muitos dos itens produzidos e comercializados pelas costureiras são feitos de tecidos automotivos doados pelo Grupo VW e fornecedores que, pela técnica do upcycling, dão origem a bolsas, mochilas e outros acessórios.
Porém, após os primeiros testes, que envolveram pessoas com deficiência de instituições parceiras da própria Fundação, percebeu-se que os plásticos disponíveis no mercado embaçavam no momento da fala, o que dificultava a visualização da boca e, consequentemente, a leitura labial. Foi então que a Fundação Grupo Volkswagen, por intermédio da área de Qualidade da Volkswagen do Brasil, chegou à BASF, para verificar a existência de algum produto para diminuir o embaçamento.
"A resposta foi incrível! Na ausência desse produto, a BASF desenvolveu um filme plástico antiembaçante produzido pela sua parceira Parnaplast, que reduziu consideravelmente o problema. Além disso, as duas empresas doaram matéria-prima suficiente para a produção de mais de 100 mil máscaras. E as primeiras encomendas, da própria BASF e de associações voltadas a pessoas com deficiência auditiva, já estão chegando! As máscaras são comercializadas pelo preço de custo e toda a renda é revertida para as empreendedoras", comemora Sandra Viviani, analista de responsabilidade social que coordena o projeto na Fundação.
Essa ação soma-se à produção de mais de 120 mil máscaras de algodão tradicionais, encomendadas por empresas do Grupo Volkswagen, seus concessionários e fornecedores às participantes do projeto Costurando o Futuro, que mobilizou quase 100 pessoas, contribuindo com o sustento de seus negócios e famílias em meio à crise econômica causada pelo novo coronavírus.
Karina Chaves, gerente de Diversidade e Inclusão da BASF na América do Sul, comenta a relevância da iniciativa: "Uma das nossas prioridades na BASF é desenvolver ações e políticas para fomentar uma cultura inclusiva, por isso, ser parte dessa iniciativa é tão importante para nós. Além de tornar acessível a comunicação para nossos colaboradores com deficiência auditiva e usarmos nosso conhecimento e tecnologia para que as máscaras fossem mais eficazes, também contribuímos para a geração de renda de mulheres em situação de vulnerabilidade social. É um projeto completo."
"Ficamos felizes em poder contribuir e participar do desenvolvimento dessa solução para viabilizar o projeto, junto com o nosso cliente Parnaplast, e ainda distribuir para colaboradores com deficiência auditiva no Brasil, Chile, Argentina e Colômbia", afirma Alejandro Bossio, gerente sênior do negócio de Poliamidas para a América do Sul.