De acordo com a consultoria Brand Finance, a Niketem um valor de mercado de US$ 32 bilhões em 2017, sendo a marca de vestuário mais valiosa do mundo. Amada e idolatrada, hoje, a empresa é mais do que uma fabricante de artigos esportivos. Com diversas inovações, visão de futuro e estratégias de marketing poderosas, ela foi capaz de criar toda uma cultura em torno de atletas, esportistas e pessoas comuns.
Essa história de sucesso começou em 1950, quando Phil Knight, durante seu MBA, se associou com o seu amigo e treinador de atletismo na Universidade de Oregon, Bill Bowerman, para a criação de uma marca própria. A empresa como conhecemos hoje só surgiu 20 anos depois, na década de 1970. Esse tempo entre a ideia e a execução foi primordial para o amadurecimento do mercado esportivo e de marketing.
Se você acha que, desde o início, os empreendedores tiveram sucesso, está enganado. As ideias que possuíam foram descartadas diversas vezes pelo mercado esportivo. Ao invés de desistir, no entanto, eles foram buscar ajuda da indústria japonesa para bater a alemã adidas. A cartada era importar tênis do Japão e vender com uma alta margem de lucro nos EUA.
O modelo de negócio deu certo: em 1969, a Blue Ribbon Shoes (primeiro nome da marca) já tinha diversas lojas de varejo e vendas na casa de US$ 1 milhão. O nome Nike foi inspirado na deusa grega da vitória, "Niké". Já o icônico e inconfundível logo, chamado de "SWOOSH", foi feito pela designer Carolyn Davidson e vendido por apenas US$ 35.
Em meio a todos esses acontecimentos, Bowerman lançava um solado de borracha desenvolvido com base em uma fôrma de waffle da sua esposa, o que, posteriormente, deu origem ao "Moon Shoe", um dos tênis mais famosos da marca e que tinha um design e tecnologia inovadora. Até o início dos anos 80, a Nike teve uma ascensão comercial impressionante, com mais da metade do mercado americano.
Revolução no marketing Apesar do grande sucesso, a Nike passou a ser incomodada pela ascensão da Reebok, que roubou uma grande fatia do mercado de venda de calçados esportivos. Quem salvou a marca dessa ameaça foi o marketing. Knight teve a ideia de rever a forma como a Nike vendia seus produtos e se comunicava com os consumidores. Ela se apresentava como uma vendedora de calçados, mas o fundador achava que deveria ser mais do que isso.
A solução foi vender a imagem de uma empresa que ajudava atletas e esportistas a alcançar o topo e a fazer coisas inimagináveis. O foco era a saúde, melhorando a vida das pessoas por meio da prática esportiva. O objetivo final com a esperta estratégia de marketing era transformar os consumidores em fãs da marca, e não apenas compradores de artigos esportivos.
Para atingir essa meta, a Nike contou com um dos maiores jogadores de basquete do mundo: nada mais, nada menos do que Michael Jordan. A empresa foi a primeira a apostar no atleta e lançou a linha Air Jordan, em 1984. O esportista brilhava com as suas fantásticas enterradas, e a Nike foi visionária o bastante para associar o nome do jogador à marca esportiva. Passaram a produzir diversos comerciais com o intuito de demonstrar os milagres que o tênis poderia produzir.
O investimento em publicidade e marketing passou a ser cada vez maior, alçando a empresa à liderança mundial na venda de vestuários e artigos esportivos. O que veio, a partir desse momento, foi consequência. Patrocínios milionários de seleções, esportistas de diferentes modalidades, sem contar os contratos fechados com rappers, que ajudaram a disseminar a cultura sneaker.