O setor de árvores plantadas, um dos que mais se destacam no Brasil, tem se caracterizado pelo crescimento constante e novos aportes realizados com grandes investimentos em tecnologia e inovação. Em entrevista concedida recentemente à O Papel, Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), entidade que representa essa cadeia produtiva, disse que mesmo diante de uma economia que caminhou de lado, com um crescimento de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2018, a indústria de base florestal registrou um avanço de 13,1%. "Num período recessivo, como o de 2014 a 2018, em que a maioria dos setores industriais encolheu e viu a retração de suas atividades, o setor de florestas plantadas aportou investimentos superiores a R$ 20 bilhões", informou. E continuará investindo: entre 2020 e 2023, a projeção revisada pela Ibá será de R$ 32,6 bilhões.
Nesse contexto, tais aportes são previstos não só em novas plantas como na sua modernização. A Indústria 4.0 promoverá uma transformação na produtividade e qualidade das empresas trazendo maior competitividade. Isso é fato, mas como isso deverá acontecer e quais serão os principais processos beneficiados é que estão em discussão. Em especial, sob a perspectiva do capital humano e a importância do seu preparo e conhecimento para que as companhias alcancem resultados superiores.
Por isso, a nova era da indústria a partir da digitalização merecia nada menos que um evento com um conteúdo único sobre o assunto e direcionado para o setor de base florestal. Trata-se do 52.º Congresso Internacional de Celulose e Papel (ABTCP 2019), promovido pela Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), que será realizado entre os dias 22 a 24 de outubro, no Hotel Transamerica, em São Paulo (SP).
Conforme pesquisa realizada por Alessandro Frias, consultor de projetos da OJI Papéis Especiais, que será um dos palestrantes convidados, o nível de digitalização é alto, apontado por mais de 50% das empresas entrevistadas. Além disso, dentre as tecnologias mais utilizadas referentes a esse processo está presente em sua maioria a computação em nuvem. Vale destacar ainda o investimento em treinamento do novo profissional 4.0. Tal conteúdo é um dos destaques do ABTCP 2019 e terá seus resultados divulgados na palestra "Indústria 4.0: a importância da transformação digital para as indústrias de papel".
Temas como "Big data e Analytics", responsável por impulsionar essa indústria, também terão um espaço dedicado para discussão. O professor Roberto Ambrósio/Isa, abordará como modelos preditivos e agentes inteligentes podem capturar valor nas operações de papel.
Entre outros destaques que pautam o setor, uma sessão especial sobre sustentabilidade foi estruturada para discutir a cadeia produtiva dentro desse conceito no primeiro dia do evento. "Como conciliar produção agropecuária e conservação ambiental?", que será apresentada por André Guimarães, da Coalização Brasil, Clima, Florestas e Agricultura. Ao final, os participantes integrarão o painel de sustentabilidade com a participação de executivos das empresas e organizações. Paulo Hartung / Ibá, Maria Elisa Curcio / International Paper, Julio Nogueira / Klabin, estão entre participantes do painel.
Além disso, o Congresso trará ainda a inovação na ciência como um dos novos produtos dessa cadeia produtiva. As últimas ações realizadas em nanocelulose no Canadá e na Colômbia serão apresentadas por convidados especiais.
O ABTCP 2019 conta ainda com o 3.° Simpósio Internacional de Pesquisa e Tecnologia em Papel Tissue e Reciclagem (SIPTPT), que ocorrerá no dia 23 de outubro e tem como Chairman convidado Afonso H. T. Mendes, coordenador da SubComissão Técnica de Papel Tissue da ABTCP. O evento é realizado desde 2009 como parte do programa de Simpósios Internacionais da RIARREC e este ano terá foco nos desafios de pesquisa e da tecnologia de fabricação de papel Tissue sob coordenação da ABTCP-RIADICYP, com apoio da RIARREC e da POLI-USP.