Tendência positiva de comercialização de imóveis permanece em 2021

Além do e-commerce, que registrou um boom em 2020, setor imobiliário também recebeu boas movimentações nos últimos meses


A pandemia de Covid-19, que ainda está assolando o mundo inteiro, continua provocando impactos profundos em todos os setores da sociedade e da economia internacional. Embora a grande maioria dos segmentos apresente números bastante negativos, alguns ramos de atuação têm contado com bons retornos, motivados especialmente pela mudança de comportamento das pessoas.

No Brasil, por exemplo, além do e-commerce, que registrou um boom em 2020, o setor imobiliário também recebeu boas movimentações nos últimos meses. Diante do aumento da adesão à modalidade home office, por exemplo, as pessoas deixaram de enxergar suas casas apenas como um lugar para dormir, afinal, passavam o dia todo fora, no escritório.

Hoje pode-se afirmar que a realidade de parte do país é outra, uma vez que os escritórios migraram para dentro de casa e, em muitos estados, a tendência é de que esse novo modelo de trabalho seja fixado de maneira permanente. Essa alteração tem elevado, por exemplo, a busca por casas e apartamentos à venda com mais espaço para suprir essa necessidade. 

Outro impacto provocado pela pandemia, muito além da mudança do comportamento, parte de um sonho antigo: o desejo da casa própria. Com a queda da taxa Selic, fixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em 2% para o ano passado, o cenário para a aquisição de um imóvel se mostrou extremamente positivo e os resultados apareceram.

Segundo a Pesquisa de Indicadores Imobiliários Nacionais, realizada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a venda de imóveis novos no Brasil cresceu 8,4% de janeiro a setembro de 2020 em comparação ao mesmo período de 2019. Outro dado, da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), também revela que o Índice de Velocidade de Vendas (IVV), que mede a rapidez com que os imóveis são comercializados, cresceu 46% em relação ao ano anterior. 

2021: projeções continuam em alta

De acordo com especialistas do setor,  o movimento que ocorreu no mercado imobiliário em 2020 tende a se manter aquecido em 2021. A boa onda não é apenas para quem deseja realizar o sonho de sair do aluguel e conquistar a casa própria, mas também para investidores do mercado imobiliário, tanto para empresas, quanto para pessoas físicas.

Segundo a experiência de Eduardo Aroeira, presidente da Ademi-DF, o cenário motiva as comercializações de imóveis, uma vez que é possível encontrar taxas de 6,12% anuais, que reduzem as prestações no bolso dos brasileiros, sem contar que os prazos de pagamento das parcelas também foram ampliados, chegando a 35 anos.