Brasil retoma programa de combate à violência contra a mulher com novas ações de proteção e acolhimento
As ações buscam garantir um atendimento integrado, jurídico, psicológico, social e policial, em um só espaço, facilitando o acesso à rede de apoio e ajudando as vítimas a romperem o ciclo de violência.
O governo federal retomou e ampliou neste mês o programa Mulher Viver sem Violência, com o objetivo de reforçar as políticas públicas de enfrentamento à violência de gênero e oferecer acolhimento humanizado para mulheres em situação de vulnerabilidade. A iniciativa inclui medidas como a reativação de unidades móveis de atendimento, criação de novas Casas da Mulher Brasileira e uso ampliado de tornozeleiras eletrônicas em agressores.
As ações buscam garantir um atendimento integrado, jurídico, psicológico, social e policial, em um só espaço, facilitando o acesso à rede de apoio e ajudando as vítimas a romperem o ciclo de violência. A proposta é também alcançar áreas isoladas do país, onde a vulnerabilidade tende a ser ainda maior.
A advogada Vivian Nicolai, referência nacional na defesa dos direitos femininos, afirma que o fortalecimento do programa é um avanço necessário. "A violência contra a mulher continua sendo uma tragédia silenciosa. Muitas vítimas não sabem a quem recorrer. Ter uma rede de acolhimento com profissionais capacitados e políticas públicas eficazes é essencial para garantir dignidade e segurança", destacou.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que, em 2023, mais de 1.400 mulheres foram vítimas de feminicídio e mais de 600 mil medidas protetivas foram emitidas no país. Mesmo assim, especialistas alertam para a subnotificação e as dificuldades de acesso aos serviços, principalmente em regiões periféricas e rurais.
Entre os principais focos do programa estão:
1. Reforçar os canais de denúncia e os serviços de acolhimento.
2. Ampliar o número de unidades da Casa da Mulher Brasileira
3. Levar atendimento a regiões remotas com unidades móveis
4. Promover campanhas educativas sobre direitos das mulheres e tipos de violência, como a psicológica
Vivian Nicolai reforça que o sucesso do programa também depende da qualificação dos profissionais envolvidos e da integração entre os órgãos públicos. "Não basta criar leis. É preciso garantir que elas cheguem a quem mais precisa. Segurança para a mulher tem que ser prioridade sempre", afirma.