Nesta terça-feira, dia 01 de outubro comemoramos o Dia do Idoso. Está cada vez mais comum encontrar um octogenário dirigindo ou frequentando as aulas de musculação em uma academia. A expectativa de vida no Brasil aumentou consideravelmente no último século e a população segue envelhecendo de acordo com os dados do último Censo, realizado em 2022.
Na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, de acordo com uma avaliação do Sincovat (Sindicato do Comércio Varejista de Taubaté e região), a população residente passou de 2.264.594 em 2010 (última edição da pesquisa) para 2.505.723, em 2022, um aumento de 10,6% Esses dados gerais já foram amplamente divulgados, mas o que chama a atenção é o crescimento no número de idosos.
O total de pessoas com 65 anos ou mais na região (295.394) chegou a 11,8% da população em 2022, uma alta de 82,4% em relação a 2010 quando esse contingente era de 161.893 pessoas, ou 7,1% da população.
O Sincovat também levantou o índice de envelhecimento calculado pela razão entre o grupo de pessoas com 65 anos ou mais em relação à população de 0 a 14 anos, ou seja, quanto maior o resultado, mais envelhecida é a população.
Na RM Vale, esse índice alcançou 63,5 em 2022. Isso significa que temos 63,5 idosos para cada 100 crianças de 0 a 14 anos. Em 2010, esse indicador era de 32,2. Essa estatística é superior ao apurado em nível nacional (55,2), e está muito próximo do estado de São Paulo (66,2).
Tais informações, além de embasarem a formulação de políticas públicas relacionadas à saúde e educação, por exemplo, também devem ser vistas com atenção pelos empresários dos setores de comércio e serviços, que podem explorar novos nichos de mercados e/ou adaptar o seu modelo de negócio e instalações físicas para esse novo perfil de clientes.
Também é importante observar a ocupação de pessoas com mais de 60 anos no mercado de trabalho; e por consequência, uma grande procura por capacitação desta faixa etária nas mais variadas áreas da educação e prestação de serviço; além de acréscimo das ações de marketing e comunicação para o mercado prateado; novas configurações familiares, sobretudo em face da paternidade tardia; alterações na mobilidade urbana e acessibilidade para inclusão de pessoas com mobilidade reduzida; incremento das opções de lazer e turismo para este público.
Os empresários já devem visualizar algumas tendências e pontos de atenção para que possa oferecer um atendimento de qualidade e atender às demandas dos consumidores dessa geração, entre elas:
Acessibilidade - É evidente que a medicina propiciou uma melhor qualidade de vida para a população de idosos e adiou a fase de declínio físico. Mesmo assim, é importante que os estabelecimentos facilitem o acesso e a jornada de compra implementando vagas preferenciais, rampas de acesso, espaços bem iluminados e sinalização, preços e descrição dos produtos com letras em tamanho adequado.
Atendimento - A equipe de vendas precisa ser treinada para atender esse público, que normalmente tem mais dúvidas e leva mais tempo para escolher o produto que quer comprar. Além disso, muitos estabelecimentos já possuem um caixa preferencial, mas é preciso verificar se ele é capaz de atender a demanda já que é comum observar a formação de longas filas nesses caixas.
Tecnologia - Por conta da pandemia e da necessidade de manter o distanciamento social, muitos idosos tiveram a sua primeira experiência digital, fazendo comprar on-line ou utilizando os aplicativos dos bancos para pagar as contas, desfrutando do conforto que essas ferramentas proporcionam. Essa tendência deve permanecer no longo prazo e as empresas precisam estar preparadas para esclarecer as dúvidas e adaptar seus sites e aplicativos.
Oportunidades - Para quem se interessou e quer investir ou adaptar o seu negócio para a geração prateada, são muitas oportunidades. Os idosos já são mais independentes que no passado e buscam atividades de lazer e fazer suas próprias compras. Nesse sentido, observa-se uma carência de lojas de roupas, bares e produtos e serviços ligados ao setor de beleza voltados para esse público.
O segmento de turismo pode aproveitar a baixa temporada para ofertar pacotes específicos a preços vantajosos e o setor de ensino (idiomas, por exemplo) pode abrir turmas formadas somente por idosos.