Segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a máscara facial previne contra a transmissão do novo coronavírus (Sars-Cov-2), que se dá principalmente através de gotículas de saliva e de outras secreções que pairam no ar. Junto com as demais medidas de restrição, como o isolamento social e a higiene frequente das mãos, a máscara é uma das principais formas de proteção contra o contágio e, por isso, tornou-se item obrigatório para sair às ruas.
Nos primeiros dias da pandemia, a procura por máscaras cirúrgicas, foi tão grande que farmácias precisaram repor o estoque repetidas vezes. Pouco tempo depois, a OMS liberou e recomendou o uso de máscaras de tecido, desde que tivessem três camadas: camada externa de material não absorvente; camada intermediária de material sintético ou algodão; e camada interna de material absorvente. Essa medida ajudou a não desabastecer o estoque de máscaras cirúrgicas de hospitais e postos de saúde.
O fato é que hoje há uma grande oferta de máscaras dos mais variados tipos e preços. Tendo em vista esse cenário, um estudo de pesquisadores do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) buscou avaliar a qualidade de 277 máscaras vendidas no Brasil. Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a pesquisa faz parte de uma série de iniciativas que visam oferecer máscaras seguras à comunidade uspiana. Os resultados foram publicados na revista Aerosol Science and Technology.
Com a coordenação do professor Doutor Paulo Artaxo (IF-USP), o estudo avaliou a eficiência das máscaras disponíveis. Aquelas com maior índice de eficácia foram as do tipo N95/PFF2, usadas principalmente por profissionais da área da saúde e estudantes do curso de farmácia, enfermagem e medicina - elas conseguiram filtrar até 98% das partículas produzidas durante a pesquisa. Em seguida, vêm as máscaras de TNT (polipropileno), com filtragem máxima de 90%. Por último, aparecem as máscaras de tecido, com filtragem média de 40% e máxima de 70%.
Os pesquisadores alertam que máscaras com determinadas características podem ter um grau maior ou menor de proteção. Por exemplo, máscaras com costura no meio são mais vulneráveis à passagem de partículas, enquanto aquelas que possuem um clipe metálico para melhor encaixe ao redor do nariz são mais seguras. Apesar dos índices variáveis, todas as máscaras ajudam a proteger contra o novo coronavírus, desde que usadas corretamente.