O novo episódio do projeto "Pesquisas que fizeram história", da Universidade de Taubaté (UNITAU), em celebração aos 50 anos da instituição, pega carona na Semana Nacional de Prevenção ao Câncer Bucal, de 1º a 7 de novembro, para divulgar um estudo que tem ganhado repercussão internacional. Integrada aos programas de mestrado e doutorado em Ciências da Saúde da UNITAU, a pesquisa com foco no diagnóstico precoce do câncer de boca por meio da saliva tem o objetivo de promover o acesso à saúde e aumentar a sobrevida dos pacientes.
De acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), no último ano (2023), eram esperados mais de 15 mil novos casos de câncer bucal, sendo 10.900 em homens e 4.900 em mulheres. Ainda segundo o Instituto, a doença que tem entre os sintomas lesões na boca, é mais comum em pessoas do sexo masculino com mais de 40 anos.
"A cada 10 pacientes com câncer bucal, nove são fumantes. Esse perfil de paciente, ao meu ver, é que deveria sempre ser investigado mais profundamente. E a gente não faz biópsia, que é um procedimento invasivo, em todo paciente. Somente se ele tiver uma lesão suspeita. Por isso, o diagnóstico por meio da saliva representa um avanço muito grande", explica o Prof. Dr. Luis Felipe das Chagas e Silva de Carvalho, cirurgião-dentista, especialista em estomatologia, coordenador da pesquisa da UNITAU e docente dos programas de mestrado e doutorado em Ciências da Saúde.
Ainda de acordo com o professor, a pesquisa também deve resultar em uma técnica que pode garantir a avaliação de um grande número de pacientes em um curto período de tempo, inclusive em locais onde o acesso à saúde é mais difícil, já que o estudo é feito com um equipamento de pequeno porte, acoplado a um computador ou a um tablet.
"O exame pode ser feito no campo, por exemplo. E, dependendo do que a gente vê, pode encaminhar aquele paciente para um serviço mais especializado. O principal de tudo é saber que isso pode beneficiar alguém, contribuir com o diagnóstico precoce e salvar vidas", completa o pesquisador.
Além de identificar casos da doença, a metodologia ainda vai permitir identificar tendências de desenvolvimento do câncer bucal em pacientes que fazem parte dos grupos de risco, ou seja, fumantes e pessoas que consomem bebida alcoólica em excesso.
Pesquisa é destaque em eventos internacionais
Financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a pesquisa sobre o diagnóstico precoce de câncer bucal da Universidade de Taubaté tem se destacado em eventos ao redor do mundo e promovido o intercâmbio de conhecimentos com outros pesquisadores e instituições internacionais. Isso porque a mesma técnica pode ser usada para a identificação de outras patologias, como é o caso do diabetes, pré-eclâmpsia em gestantes, entre outras.
"No ano passado fui para Dublin, na Irlanda, para realizar parte do estudo em um laboratório da Technological University Dublin (TUD). Neste ano, fui para a Grécia, onde apresentei esse e outros trabalhos realizados em parceria com outros pesquisadores. É um projeto muito grande. Não consigo imaginar a quantidade de gente que pode ser beneficiada", afirma a mestranda em Ciências da Saúde e pesquisadora Sara Maria Santos Dias da Silva.
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