Taubaté acompanha primeiro processo de adoção de adolescente no município

A jovem em questão foi uma das participantes do projeto "Adote um Boa Noite", do Ministério Público, que visa ampliar a visibilidade de adolescentes em acolhimento por meio de vídeos, cartas e relatos.


O município de Taubaté acompanha o andamento do primeiro processo de adoção de um adolescente em sua história. A jovem, de 16 anos, está acolhida institucionalmente desde 2017 após ser retirada do convívio familiar por conta de múltiplas violações de direitos. Após anos de tentativas frustradas de reintegração à família biológica e de aproximações com famílias pretendentes, ela foi inscrita no Sistema Nacional de Adoção (SNA).
 
 
A iniciativa é considerada incomum, dado o baixo número de adoções de adolescentes no Brasil. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de 2024, apontam que mais de 66% dos menores de idade na fila de adoção têm entre 12 e 18 anos. No entanto, apenas 5% das famílias cadastradas demonstram interesse em adotar nessa faixa etária.
 
Diante desse cenário, o Núcleo de Acolhimento ao Adolescente, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento e Inclusão Social de Taubaté, passou a adotar novas estratégias para ampliar as chances de colocação familiar de adolescentes que não apresentam perspectiva de retorno ao núcleo biológico. A jovem em questão foi uma das participantes do projeto "Adote um Boa Noite", do Ministério Público, que visa ampliar a visibilidade de adolescentes em acolhimento por meio de vídeos, cartas e relatos.
 
O material produzido pela adolescente resultou no interesse de sete famílias. Após o processo seletivo conduzido pela equipe técnica do Judiciário, foi iniciado um Estágio de Convivência com uma família residente no Rio Grande do Sul, formada por um casal e uma filha da mesma idade. A convivência teve início no fim de fevereiro de 2025.
 
Atualmente, o processo segue sob acompanhamento da rede socioassistencial do estado gaúcho. A equipe técnica de Taubaté continua em contato com a jovem e acompanha a tramitação judicial à distância. O caso é visto como um marco para o município e reforça que, apesar das estatísticas desfavoráveis, a adoção de adolescentes é possível quando há articulação entre os órgãos do sistema de justiça, assistência social e projetos de apoio à adoção.