Uma nova cartilha digital busca apoiar gestores públicos, secretarias de Educação e agricultores familiares interessados em introduzir frutas nativas da Mata Atlântica na alimentação escolar. A iniciativa faz parte do projeto "Frutas Nativas da Mata Atlântica no PNAE" (Programa Nacional de Alimentação Escolar), promovido pelo Instituto Regenera em parceria com o Instituto H&H Fauser, Mombora e Instituto Fronteiras do Desenvolvimento, com apoio da TNC Brasil (The Nature Conservancy do Brasil). O material está disponível online e oferece diretrizes sobre planejamento, desenvolvimento de produtos e receitas, facilitando a adesão de novos municípios a essa prática.
Atualmente, o projeto abrange quatro municípios do Vale do Paraíba e Litoral Norte: Paraibuna, Caraguatatuba, Natividade da Serra e Ubatuba. Nestes, alunos da rede pública já consomem alimentos como suco de cambuci, uvaia, araçá boi, além de sorvetes e pães de juçara. Fora da região, as cidades de Jundiaí e Salesópolis também participam da iniciativa.
Conteúdo da Cartilha
Dividida em quatro capítulos, a cartilha traz os aprendizados dos municípios pioneiros na inclusão das frutas nativas no cardápio escolar, compartilhando experiências que ajudam a superar desafios logísticos e a estimular a aceitação dos novos alimentos. Entre os exemplos de produtos desenvolvidos, destacam-se o sorvete de juçara e cambuci, pão de juçara, e uma vitamina feita com polpa de cambuci e leite em pó.
A cartilha também aborda temas como o planejamento do cardápio escolar, sensibilização de alunos e professores e o fortalecimento da relação com agricultores familiares locais, incentivando a economia e sustentabilidade regional.
Objetivo e Impacto
Segundo Daniella Rabello, do Instituto Regenera, a cartilha visa ampliar o uso das frutas nativas em outras redes de ensino do país, promovendo sistemas alimentares sustentáveis e de circuitos curtos, que beneficiam o meio ambiente e a economia local. "A intenção é que essas experiências bem-sucedidas inspirem outros municípios a incorporar esses alimentos no cardápio escolar, contribuindo para a preservação da Mata Atlântica e oferecendo uma alimentação mais saudável aos alunos", afirma Rabello.