O mercado mundial de hidrogênio verde acelerou com a necessidade da transição energética, e o Brasil entrou nessa corrida, com grande potencial para produção e exportação dessa energia do futuro. Ubatuba deu a largada e será a primeira cidade brasileira a negociar um projeto dessa magnitude em nível municipal.
A parceria foi firmada entre a Fundação ISCM, organização belga sem fins lucrativos, e a Prefeitura Municipal, e poderá render mais de 4 bilhões de euros (cerca de 21 bilhões de reais) para a cidade ao longo de 30 anos.
Após comitiva do prefeito Marcio Maciel (MDB) à sede da Fundação em Bruxelas, em 18 de dezembro, se iniciaram os estudos de viabilidade para a implantação do hidrogênio verde no município.
Os estudos devem durar cerca de quatro meses, mas em análise preliminar, Ubatuba já é apontada pela Fundação como uma cidade promissora para o desenvolvimento do projeto. O otimismo se justifica pelas características geográficas da cidade como: sua imensa bacia hidrográfica e a proximidade dos portos.
Recursos
A ISCM é uma fundação sem fins lucrativos que atua em diversas cidades do mundo, com investimento em projetos sustentáveis, levando tecnologia de inovação, ao mesmo tempo que garante o desenvolvimento de programas de bem-estar social.
A captação de recursos para a implantação do projeto é de responsabilidade da ISCM Investments, braço financeiro da Fundação. A Prefeitura de Ubatuba não terá nenhum ônus, seu papel é o apoio institucional necessário para a obtenção de licenças e permissões às empresas que vão fazer a gestão do empreendimento.
Registrada na ONU e membro da Aliança Europeia para o Hidrogênio Limpo, a Fundação ISCM já tem em andamento plantas do hidrogênio verde em, por exemplo, cinco cidades do México e em outras cidades da África do Sul.
O principal objetivo da produção de hidrogênio verde é utilizá-lo como fonte de energia, em substituição ao atual ciclo que gera gases que têm contribuído para o aquecimento global. Atualmente, a exploração do petróleo é de onde se obtém, por exemplo, a gasolina. No entanto, os danos oriundos dessa exploração, que emite o gás carbônico, têm tido efeitos e chamado a atenção de pesquisadores do mundo inteiro.