Investimentos em energia solar tiveram queda de 48% em 2023, mas mercado nacional segue otimista

O Brasil acumulou ao todo R$ 18,3 bilhões em investimentos voltados para geração de energia solar no ano passado, quase a metade dos números de 2022


O Brasil é um dos países que mais geram energia solar ao redor do mundo, mas seus investimentos na área apresentaram uma queda significativa em 2023 - a primeira desde que o país iniciou seus projetos direcionados ao tema. Entre instituições financeiras e o mercado de capitais, foram investidos ao todo R$ 18,3 bilhões na área ao longo de 2023, sendo 48% a menos dos números registrados em 2022, que alcançaram a marca de R$ 35,1 bilhões.

Os dados foram divulgados pela consultoria CELA (Clean Energy Latin America), através de um estudo realizado com todas as principais instituições que investem em energia solar no país, incluindo empresas públicas, privadas, fintechs e cooperativas de crédito. O segmento mais afetado foi o das usinas de grande porte, que apresentou uma queda de 39%, em relação a 2022, caindo de R$ 13,7 bilhões para R$ 8,4 bilhões. 

O segmento de instalações particulares (para uso domiciliar, por exemplo) também teve baixa de 61%, caindo para R$ 4,7 bilhões em 2023. Já as usinas remotas de geração compartilhada, responsáveis por distribuir a alternativa de energia solar por serviços de assinatura, tiveram um decréscimo de 45%, saindo dos R$ 9,4 bilhões de 2022 para R$ 5,2 bilhões em 2023.

De acordo com a CELA, os principais motivos atribuídos à redução dos financiamentos estão relacionados ao cenário econômico do país; as altas taxas de juros causam impactos diretos no mercado de investimentos, levando os empreendedores a priorizarem seu próprio capital. A alta taxa de inadimplência dos financiamentos também é apontada como um fator-chave, levando as empresas a serem mais cautelosas com tais projetos.

Cenário otimista para 2024

Mesmo com a redução de quase metade da verba disponível em 2022, o Brasil apresentou números excelentes em termos de geração de energia solar ao longo de 2023. De acordo com a apuração mais recente da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), o país ocupa a 6ª posição no ranking global de geração acumulada e a 4ª colocação no ranking de base instalada, se encontrando no top 5 dos países com mais estrutura para geração de energia solar.

Todos os investimentos realizados até aqui já estão gerando bons resultados, e, mesmo que o progresso esteja caminhando em um ritmo mais lento, tudo indica que o país continuará prosperando na área. As novas metas incluem tornar equipamentos essenciais como o inversor solar e as placas fotovoltaicas ainda mais acessíveis, de forma que possam ser adquiridos e instalados por mais pessoas em território nacional.