A vazão das Cataratas do Iguaçu está cinco vezes acima do normal

Ocasionando o fechamento das passarelas.


As Cataratas do Iguaçu voltaram a apresentar um grande volume de água após as intensas chuvas que atingiram o estado do Paraná, aumentando significativamente a vazão do Rio Iguaçu. Em decorrência disso, as passarelas que permitem acesso às Cataratas estão temporariamente interditadas tanto no lado brasileiro quanto no argentino, como medida de segurança.

O aumento da vazão é resultado direto das chuvas que caíram ao longo do Rio Iguaçu, que atravessa o estado do Paraná de leste a oeste. Segundo o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), a capital Curitiba e outros municípios registraram acumulados superiores a 100 mm durante o último fim de semana. Em Foz do Iguaçu, por exemplo, choveu 85 mm no sábado, provocando alagamentos e queda de árvores.

Na segunda-feira, 9 de dezembro, a vazão das Cataratas atingiu impressionantes 7,8 milhões de litros por segundo, cinco vezes acima da média usual de 1,5 milhão de litros por segundo, conforme medido pela Companhia Paranaense de Energia (COPEL). Já no posto hidrométrico localizado no Hotel das Cataratas, os registros da terça-feira, 10 de dezembro, apontaram um aumento ainda maior, chegando a 8,7 milhões de litros por segundo.

Atualmente, o espetáculo das quedas d'água pode ser admirado apenas à distância. A passarela do lado brasileiro, no Parque Nacional do Iguaçu, permanece fechada, e sua reabertura dependerá da redução no volume de água, conforme informações da administração do parque. Enquanto isso, apenas a Trilha das Cataratas continua acessível aos visitantes. No lado argentino, a passarela de acesso às quedas foi interditada desde o início dos temporais, no sábado.

Eventos de grande vazão como este já ocorreram outras vezes ao longo deste ano, em especial nos meses de maio e julho, quando o volume de água ultrapassou 8 milhões de litros por segundo. O recorde recente foi registrado em outubro de 2023, quando as Cataratas atingiram a maior vazão em quase uma década, com 24 milhões de litros por segundo, equivalente a 16 vezes a média normal. Naquela ocasião, a força das águas cobriu as passarelas, causando danos no lado argentino e exigindo meses de reparos.

No histórico das grandes cheias das Cataratas, os volumes mais impressionantes foram de 46,3 milhões de litros por segundo em 2014 e 35 milhões de litros por segundo em 1983, valores que evidenciam o impacto das condições climáticas extremas na região.