Cirurgia de Bolsonaro pode ser feita por três diferentes técnicas

Saiba como será feita a cirurgia de Bolsonaro


O presidente Jair Bolsonaro (PSL) vai passar por uma nova cirurgia no abdome no próximo domingo (8), para corrigir uma hérnia incisional da parede abdominal (local da cirurgia anterior). Será a quarta operação após ele ter sido atingido por uma facada durante a campanha eleitoral em 2018.

A hérnia é uma abertura que ocorre nos músculos da parede abdominal e que permite a passagem (protusão) de um órgão ou de parte dele, promovendo um abaulamento e alterando a forma do abdome. A hérnia incisional ocorre em locais onde já foram feitas outras incisões cirúrgicas em 10% a 15% dos pacientes.

Segundo o cirurgião do aparelho digestivo, especialista em robótica, ex-presidente e diretor da Sociedade Brasileira de Hérnia, Dr Alexander Morrell, diferentes cirurgias no mesmo local não significam que o paciente terá uma hérnia, mas aumenta as chances dela ocorrer. "Sempre que você tem uma incisão no abdome existe uma chance de ocorrer uma hérnia no local, que acontece devido a uma fraqueza ou rompimento dos tecidos ou nos pontos que foram utilizados no fechamento desta incisão", explica.

Entre janeiro e junho deste ano foram realizadas cerca de 11 mil cirurgias de reparo de hérnia incisional pelo SUS, em todo o Brasil, segundo dados do DataSus. A região sudeste detém o maior número de cirurgias, com aproximadamente 4,6 mil mil procedimentos.

Como é feita a cirurgia?

Existem três formas de realizar o reparo da hérnia incisional. Nas três situações o cirurgião vai identificar o defeito herniário, promover o fechamento da hérnia com pontos, suturas e promover a utilização de uma prótese, tela ou tecido sintético, que aumenta a resistência da parede abdominal.

CIRURGIA ROBÓTICA: É técnica mais inovadora e com mais benefícios ao paciente. "Começou a ser feita recentemente para o tratamento de hérnias ventrais e incisionais, como é o caso de Bolsonaro", explica Morrell. "É uma operação minimamente invasiva, que pode corrigir grandes defeitos a partir de pequenas incisões, diminuindo as chances de infecção na ferida operatória e de complicações como seromas e hematomas. Permite uma recuperação mais rápida e um retorno mais rápido às atividades profissionais e físicas".

Na cirurgia robótica as incisões são pequenas (8 mm) e o robô facilita a atuação do cirurgião em espaços reduzidos além de ser tecnicamente mais precisa, diminuindo a dor no pós operatório e antecipando o retorno do paciente as suas atividades. "Com o robô não é necessário abrir todo o corte que foi feito para a cirurgia anterior. Atualmente considero a melhor opção, com mais vantagens ao paciente", afirma Morrell.

VIDEOLAPAROSCOPIA: "O cirurgião utiliza pequenas incisões para poder acessar o defeito herniário e também utiliza a prótese para fechar esse defeito. É um pouco mais demorada se comparada a cirurgia robótica".

TRADICIONAL: "O especialista vai fazer um corte no mesmo local da cirurgia anterior para permitir a correção da hérnia. A cirurgia é mais demorada e tem mais chances de complicações se comparada às técnicas minimamente invasivas", explica Morrell.