Um mês depois da erupção do vulcão Cumbre Vieja, a ilha de La Palma, na Espanha, está irreconhecível em algumas áreas, como a Ilha das Canárias. O vulcão continua a expelir lava e cinza desde o dia 19 de setembro (confira AQUI).
O Cumbre Vieja continua com atividade intensa, apesar de, nas últimas horas, ter entrado numa fase de "estabilidade e lentidão". Com a atividade vulcânica, a visibilidade no território torna-se difícil e a quantidade de matéria que continua a sair do vulcão impressiona. As companhias de transportes aéreos suspendem por vezes suas operações em La Palma por causa das cinzas.
As autoridades alertaram, em comunicado, que dada a previsão da chegada ao mar de uma frente ativa de lava, e da provável emissão de mais gases nocivos para a saúde, poderá ser determinado um confinamento da população em áreas próximas. Esse rio de lava acabou por, nas últimas horas, desacelerar a velocidade para apenas dois metros por hora, adiando por mais alguns dias o contato com as águas do Oceano Atlântico.
Há sinais de alguma normalização no dia a dia dos moradores. As autoridades responsáveis pela educação nas Ilhas Canárias permitiram que as aulas nas escolas fossem retomadas nos municípios mais afetados pelo vulcão (Tazacorte, Los Llanos de Aridane e El Paso), com um número de alunos superior a 90%.
A Ilha de La Palma transformou-se, neste mês, em um dos locais mais observados do mundo, com os cientistas aprofundando os conhecimentos sobre a evolução do planeta. Foi um mês sem descanso para a população da ilha, confrontada com uma catástrofe social e econômica, sendo no entanto um alívio o fato de não ter havido até agora qualquer morte em consequência da atividade do vulcão. A solidariedade, assim como a erupção, tem sido constante.
Segundo os cientistas, a possibilidade da erupção enfraquecer "não está perto", uma vez que ainda existem deformações na área do cone do vulcão. A possibilidade de haver novas saídas de lava não está totalmente excluída.
"Estamos à mercê do vulcão, é o único que pode decidir quando ele termina", disse o presidente das Canárias, assegurando que "o maior desejo" do arquipélago, neste momento, é que a força do vulcão comece a enfraquecer. Durante o mês em que está ativo, o vulcão tem-se reativado várias vezes com diferentes graus de atividades explosiva e emissão de gases tóxicos e cinzas, com mais retiradas de moradores.
Segundo cálculos feitos pelo Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Involcan), a erupção vulcânica de Cumbre Vieja pode durar entre 24 e 84 dias, com média geométrica de cerca de 55 dias.