Oito países de territórios amazônicos (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela) perderam na Justiça uma disputa por endereços de domínio para a empresa norte-americana Amazon. A disputa que se arrastava há sete anos e agora, a Amazon terá o direito de criar sites que terminem com.amazon.
Em 2012, A Amazon solicitou o domínio.amazon ao ICANN, órgão internacional que controla a distribuição de domínios na internet. No mesmo ano, Brasil e Peru entraram com queixa no órgão internacional, dizendo que a empresa poderia não liberar o uso "para fins de interesse público relacionado à proteção, promoção e divulgação" da Amazônia.
Após muitas demandas e negociações, as partes não chegavam a um acordo. Ainda em abril deste ano, a Amazon e os oito governos tentaram encontrar uma solução em comum, no entanto, não houve sucesso. Considerando que a questão se arrastava há muito tempo, o conselho do ICANN optou por deliberar sobre o tema em maio. E deu parecer a favor da empresa norte-americana.
O governo brasileiro diz que a decisão da ICANN deixa de considerar adequadamente "a necessidade de defender o patrimônio natural, cultural e simbólico dos países e povos da região amazônica". Em nota distribuída ontem (20), o Ministério das Relações Exteriores afirma que é lamentável a decisão da Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (Icann).
Segundo a nota, o Brasil tem sido um firme defensor da abordagem multissetorial para a governança da internet e, por isso, considera que a decisão da Icann vai contra "o interesse público" conforme argumentação feita pelos países amazônicos.