A demanda reprimida por banda larga, ou seja, domicílios que podem pagar pelo acesso à internet fixa ou móvel (3G ou 4G), mas não tem o serviço disponível em sua localidade, atinge 11,6 milhões de domicílios no Brasil, segundo informações do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O dado foi divulgado na última terça-feira (6) durante o workshop "Subsídios à Formulação da Estratégia de Universalização do Acesso à Internet", realizado na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em Brasília. No workshop, o Ipea apresentou os resultados do Acordo de Cooperação Técnica estabelecido com a Anatel em 2016.
O presidente do Ipea, Ernesto Lozardo, disse que o Ipea possibilitou à Anatel definir para onde deseja caminhar para a universalização da banda larga, se é nas regiões populosas ou com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), índice que mede a qualidade de vida de uma população.
O conselheiro da Anatel, Igor de Freitas foi claro ao afirmar que, a partir do resultado do estudo do Ipea, se tem que associar o IDH com outros indicadores para a política de universalização de banda larga. Se usar unicamente o IDH, "vamos ter piores resultado em qualquer objetivo de política estabelecida". Para ele, o IDH deve ser analisado em conjunto com o tamanho da população do local e a capacidade financeira das famílias para a elaboração de uma política adequada. Segundo Igor de Freitas, se deve evitar na banda larga uma situação futura semelhante ao que se encontra atualmente na telefonia fixa. Em 3,9 mil localidades com telefonia fixa implantada não há nenhum assinante e em 7,2 mil localidades há, no máximo, 10 usuários do serviço.
O estudo do Ipea dividiu o Brasil em seis grupos desde municípios urbanos com maior renda (São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, por exemplo), passando por semi-urbanos de Renda Média (Santarém, Marabá e Santa Cruz do Capibaribe), até municípios rurais mais pobres (Cametá, Parintins e Oruicuri), no quais podem ser aplicados modelos distintos de política pública.