A Biblioteca Municipal de Taubaté está recebendo, de 12 a 30 de novembro de 2024, a mostra de arte "Tempos de Arte", com obras dos artistas locais Ailton de Moraes e Jaqueline Silva.
A exposição, com curadoria do projeto Semeando Cores, é uma parceria entre a ABLA (Academia Brasileira de Letras e Artes) e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa, em homenagem ao Mês da Consciência Negra. Os dois artistas, de relevância no cenário artístico e cultural de Taubaté, são destacados nesta mostra que celebra a contribuição negra para as artes.
Jaqueline Silva, com seu estilo realista, utiliza diversas técnicas para expressar sua paixão pela arte, enquanto o Mestre Ailton de Moraes, veterano do cenário artístico, acredita que a expressão pessoal é mais importante que a técnica, transitando entre o cubismo e o naif.
O objetivo central da exposição é destacar a importância do negro em todas as esferas da sociedade, com ênfase no campo artístico, reconhecendo a força e a presença das pessoas negras nas artes. A mostra conta com dez obras, sendo cinco de cada artista, e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h30.
A Biblioteca Municipal Prof. José Jerônimo de Souza Filho está localizada na praça Dr. Barbosa de Oliveira, Centro, Taubaté.
OS ARTISTAS
Ailton de Moraes, nascido em 3 de outubro de 1935 em Machado, MG, mudou-se para Taubaté ainda criança. Casado com Thereza de Moraes, teve três filhas. Mesmo trabalhando na indústria para sustentar a família, na década de 1950, Ailton atendeu ao chamado da arte.
Artista autodidata, pintou ao lado de grandes nomes, como Mestre Justino e Anderson Fabiano, compondo o Grupo dos 8. Sua arte é intuitiva, criando seus trabalhos de forma espontânea, conforme a inspiração do momento.
Aos 89 anos, Ailton continua produtivo e participando de exposições em todo o Estado de São Paulo, recebendo diversas homenagens por sua contribuição à cultura. Seu legado e história são inspiração para as futuras gerações.
Jaqueline de Souza Silva, nascida em 9 de setembro de 1976 em Coronel Fabriciano, MG, mudou-se para Taubaté aos três anos. Filha de Cleuza e Jeová, ela sempre teve aptidão para a arte, mas enfrentou grandes dificuldades, incluindo a perda do pai ainda jovem.
Em 2007, iniciou cursos de belas artes na Escola Maestro Fêgo Camargo e, em 2010, ingressou no Projeto Semeando Cores. Sua paixão pela arte a levou a se formar em Artes Visuais, História e Pedagogia, com pós-graduação em História da Arte, Metodologias no Estudo das Artes e Arte na Educação.
Jaqueline foi premiada pela Lei Aldir Blanc em 2019 e recebeu diversas homenagens por seu trabalho. Hoje, é professora efetiva na Escola Maestro Fêgo Camargo e é um exemplo de superação, persistência e dedicação à arte.