O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, disse na noite deste domingo (21), que lamenta a morte da professora Maria Teresa Miguel Couto, vítima de Covid-19, que lecionava na escola Ministro José de Moura Rezende, em Caçapava. "Toda nossa solidariedade aos familiares de Maria Teresa, bem como aos profissionais e estudantes da escola, neste momento de dor", escreveu. Entretanto, o secretário aproveitou a publicação para criticar o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). "Me indigna profundamente que a Apeoesp esteja sendo tão inescrupulosa, utilizando a perda de uma educadora, para fazer ato político. Isto é inaceitável e totalmente lastimável", concluiu.
Procurado pelo AgoraVale, o diretor estadual da Apeoesp, Silvio Prado, rebateu as acusações do secretário de Educação. "Eles [Governo de SP] são responsáveis pela morte [da professora], porque é de uma irresponsabilidade bastante grande pedir o retorno das aulas presenciais em um momento de pandemia em crescimento. Se a lógica é evitar numa pandemia aglomeração, isso está se dando dentro da escola e, principalmente numa rede pública a precariedade é acentuada. Então, a Apeoesp não está fazendo política nenhuma em cima da morte da professora, ela simplesmente cumpre seu papel sindical de fazer a defesa da professora e tornar público esse fato que é gravíssimo. Quem faz política em cima de tragédias é o governo de São Paulo, que está forçando todo mundo a negar os fatos", disse.
De acordo com a Apeoesp, 35 professores de 16 escolas do Vale do Paraíba tiveram testagem positiva para a Covid-19. No Estado somam 773 casos em 431 escolas estaduais.
SINDICATO FARÁ ATOS EM TODO O ESTADO DE SÃO PAULO NESTA SEGUNDA-FEIRA (22)
A presidente da Apeoesp, Maria Izabel de Azevedo Noronha, pediu em carta aberta nas redes sociais, que professores participem de um ato para exigir a suspensão de aulas por tempo indeterminado nas diretorias de ensino de todas as regiões. "Devemos ampliar nossa greve e nosso movimento em defesa da vida. Nesta segunda-feira, 22/2, nossas subsedes devem colocar faixas em suas sedes, em sinal de luto e luta. Devem também organizar atos nas diretorias de ensino para exigir o fechamento das escolas. As perdas da professora Maria Teresa e de tantos outros profissionais da educação nesta pandemia não serão em vão", escreveu.
O QUE DISSE A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
Procurada pelo Agora Vale, a Secretaria de Educação de São Paulo respondeu por nota sobre o assunto, dizendo que "todas as unidades escolares seguem os protocolos das autoridades da área da saúde e estão em funcionamento, garantindo a segurança de professores, servidores e alunos". Disse também que "as notificações de casos de Covid, assim como de óbitos, são de responsabilidade da área da saúde". A nota ainda ressalta que "é errado afirmar que funcionários que foram diagnosticados com a doença possam ter como única área de possível contaminação seu ambiente de trabalho, uma vez que a convivência em sociedade não limita o deslocamento a somente esse local". Entretanto, a nota enviada pela pasta, não respondeu a outro questionamento desta reportagem, quando perguntamos sobre a possibilidade de vacinação da comunidade escolar entrar para a lista dos prioritários.