O governo de São Paulo registrou na manhã desta terça-feira (17) a primeira morte por coronavírus no Brasil. A vítima, um homem de 62 anos, estava internado em um hospital particular. O governo investiga também se outras quatro mortes foram provocadas pela doença.
Em entrevista coletiva na tarde da terça-feira, o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência de combate ao coronavírus, disse que a vítima, que faleceu na segunda-feira às 16h03, teve os sintomas no dia 10 de março, foi internado dia 14, e dois dias depois faleceu, sendo que a doença foi constatada na madrugada da segunda-feira (16).
O homem de 62 tinha histórico de diabetes e hipertensão, além de hiperplasia prostática (um aumento benigno da próstata que não é uma doença, mas uma condição comum em homens mais velhos e que pode causar infecção urinária). O homem também não tinha histórico de viagem para o exterior e teve transmissão comunitária.
De acordo com David Uip o caso desse paciente faz entender mais sobre a doença e disse que vai propor ao governo federal mudança no tempo de quarentena. "Nós imaginávamos que o período de encubação da doença era de até 14 dias, mas a média está sendo de 6 a 8 dias até a doença se manifestar. Vamos inclusive sugerir ao Ministério da Saúde que diminua o tempo de quarentena de até 14 dias para dez", afirmou.
Outras quatro mortes estão sendo investigadas para saber se foram provocadas pelo coronavírus. As quatro vítimas estavam internadas na mesma rede hospital particular que a primeira vítima confirmada.
Até a tarde da terça-feira todo o estado de São Paulo contabilizava uma morte e 162 pacientes infectados em outo municípios. Do total de doentes, 154 estão na capital paulista e o restante na Grande São Paulo. No Brasil, eram 314 casos de contaminação.
Testes laboratoriais
Na segunda-feira (16), o governo de SP informou que irá avaliar a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que todos os casos suspeitos do novo coronavírus sejam submetidos a exames laboratoriais, quem afirmou foi o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.
Na última sexta-feira (13) o governo estadual havia anunciado que apenas pacientes que estivessem internado seriam submetidos a exames laboratoriais na rede pública e que para outros casos suspeitos seriam feito o diagnóstico clínico.