Secretaria de Saúde de Pindamonhangaba alerta munícipes sobre testes rápidos de anticorpos

Mesmo após a segunda dose da vacinação contra Covid-19, o exame pode dar negativo e isso não interfere na eficacia da vacina


Com o avanço da vacinação contra a covid-19, moradores do município têm procurado por testes rápidos ou sorológicos que teoricamente indicam anticorpos para verificar se estão protegidos ou não contra o vírus. Visando instruir melhor a população, a Secretaria de Saúde de Pindamonhangaba está alertando de que o resultado do teste pode dar negativo para a presença de anticorpos no organismo, mesmo após a segunda dose da vacina, o que pode levar as pessoas a acreditarem que a vacina não esteja surtindo efeito.

A razão científica disso ocorrer é que a maior parte dos testes foi produzida para reconhecer a proteína N do coronavírus, e não a S, que é a que está presente na maioria dos imunizantes. Ou seja, esses testes usam um antígeno diferente daquele que está disponível na vacina. "Cada vacina utiliza compostos específicos de partes diferentes do vírus. Da mesma forma, os testes são feitos para identificar anticorpos contra pedaços específicos do vírus, variando de fabricante para fabricante. Logo, se você fizer um teste que busca identificar uma parte do vírus que não tenha sido usada na fabricação da vacina, o teste indicará ausência de anticorpos", apontou a secretária de Saúde, Valéria Santos.

Entretanto, é importante destacar que caso o teste dê positivo para a presença de anticorpos isso não significa necessariamente que a pessoa está totalmente protegida. É preciso saber se esses anticorpos produzidos pelo organismo detectados no teste são neutralizantes, o que muitas vezes não é observado em testes de farmácia que não conseguem distinguir se são anticorpos neutralizantes ou não.

"Os anticorpos neutralizantes são os responsáveis pela nossa proteção porque eles têm a função de ataque direto ao vírus. Os testes que detectam anticorpos não estão disponíveis nas farmácias, apenas em laboratórios específicos. Mas não é realmente preciso ir atrás disso, já que as vacinas aplicadas contra o coronavírus têm eficácia comprovada", diz Valéria.

A secretária informou que atualmente o município está recebendo vacinas Coronavac, Astrazeneca e Pfizer, imunizantes produzidos com tecnologias diferentes. "Pode ter teste, por exemplo, que consegue detectar a presença de anticorpos de quem tomou a Coronavac mas o mesmo teste pode não conseguir detectar anticorpos de quem tomou a vacina da Astrazeneca, por exemplo", esclarece a secretária Valéria.

A Prefeitura ressalta que os testes rápidos ou sorológicos têm pouca capacidade para dizer como o organismo reagiu à vacina. "Não é aconselhado realizar esses testes atualmente. Ele não é definidor de nenhuma situação em relação a pessoa estar ou não protegida. O mais importante é receber as duas doses da vacina e, claro, continuar usando máscara e evitar aglomerações", explicou Valéria Santos.

Pfizer - A vacinação com o imunizante da Pfizer está sendo iniciada nesta sexta-feira (11). Essa vacina ajuda o organismo a gerar a imunidade contra o coronavírus baseado no RNA Mensageiro. A vacina foi liberada pela ANVISA no Brasil em fevereiro deste ano e os testes indicaram eficácia de 95% após a a aplicação da segunda dose, que deve respeitar um intervalo de 21 dias entre uma e outra dose.

"Queremos apenas ressaltar que a Prefeitura segue a grade de distribuição determinada pelo Governo do Estado, que já vem determinada com o tipo de vacina e o grupo que deve ser aplicado. Portanto, não é possível escolher o tipo de vacina que a pessoa irá receber. Temos hoje três vacinas diferentes, mas com algo em comum: todas são consideradas inativadas, ou seja, não causam nenhuma infecção. As três são seguras e eficazes", concluiu Valéria.