Período de chuvas exige atenção redobrada com fossas

Esses sistemas são responsáveis pelo tratamento do esgoto doméstico e seu mau funcionamento pode causar problemas graves


Durante o período de chuvas, é importante lembrar que as fossas sépticas precisam de atenção redobrada. Esses sistemas são responsáveis pelo tratamento do esgoto doméstico e seu mau funcionamento pode causar problemas graves, como contaminação do solo e da água subterrânea. Medidas como acionar serviço de limpa fossa podem ser necessárias, mas é preciso focar principalmente na prevenção.

Março é um mês de chuvas em muitas regiões do Brasil, incluindo o Nordeste, onde há previsão de chuvas acima do previsto na maioria da região durante todo o mês, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Os órgãos especializados alertam que, dependendo do volume das águas das chuvas, as fossas podem ser prejudicadas, chegando a causar a ruptura das tubulações.

Um exemplo é o que aconteceu no bairro Vivendas do Parque, em Campo Grande (MS), em que a água acumulada no quintal de uma casa encheu a fossa e acabou furando o muro da residência. Esse é um problema que pode ocorrer em qualquer lugar e causar prejuízos financeiros e até mesmo problemas de saúde pública.

Em algumas regiões do país, como em um bairro de Rondonópolis (MT), ainda há áreas sem cobertura total da rede de esgoto, o que torna as fossas uma opção comum para os moradores. No entanto, é preciso ter atenção redobrada durante o período de chuvas para evitar transtornos.

Como ocorre a sobrecarga de fossas

De acordo com a Sabesp, empresa responsável pelo saneamento básico no estado de São Paulo, o período de chuvas pode sobrecarregar as fossas sépticas e os sistemas de tratamento de esgoto, principalmente em regiões onde a infraestrutura é inadequada ou subdimensionada para atender a demanda da população. Quando chove muito, a água penetra no solo, aumenta o lençol freático e pode inundar as fossas sépticas e os sistemas de esgoto.

Com a inundação, o conteúdo da fossa pode vazar para o solo e até mesmo para corpos d'água próximos, causando poluição ambiental e riscos à saúde pública. Além disso, quando há um grande volume de água de chuva, o esgoto pode transbordar das estações de tratamento e chegar aos rios e mares sem tratamento adequado, causando a contaminação da água e prejudicando a vida aquática.

Serviços como o de desentupidora podem ajudar na hora da emergência. Junto a isso, todavia, é importante que os sistemas de tratamento de esgoto sejam dimensionados de forma adequada para suportar as chuvas mais intensas e que a população adote práticas conscientes para reduzir a quantidade de água que escoa para os sistemas de esgoto, como a manutenção das fossas sépticas e a redução do desperdício de água.

Medidas a serem tomadas

A Sabesp destaca a importância de realizar manutenções preventivas nas fossas sépticas, verificando o estado das tubulações, dos filtros e do sistema em geral. A empresa também orienta os usuários a evitar o despejo de substâncias tóxicas na rede de esgoto, pois elas podem causar danos ao meio ambiente e comprometer a eficiência do tratamento.

É fundamental, portanto, seguir as recomendações das empresas especializadas e dos órgãos reguladores para garantir a preservação do meio ambiente e o bom funcionamento das fossas sépticas durante o período de chuvas.

Previsão de chuvas por região

Ao longo de todo verão foram registradas precipitações acima da média em várias regiões do Brasil, segundo o Inmet. O órgão detalha o esperado de chuva durante março e as temperaturas aguardadas. 

Norte

De modo geral, o verão trouxe chuvas acima da média histórica na Região Norte do Brasil, principalmente na área norte, devido à atuação do fenômeno La Niña e do padrão de águas aquecidas junto à costa. A previsão do Inmet é de chuvas até o final de março. No entanto, no sul do Amazonas e do Tocantins e no sudoeste do Pará, pode haver precipitações abaixo da média. 

As temperaturas devem permanecer próximas da climatologia, exceto em algumas partes do Tocantins e do sudeste do Pará, onde estarão ligeiramente acima da média.

Nordeste

Já na Região Nordeste, de acordo com o Inmet, esperam-se chuvas predominantemente acima da média climatológica durante março de 2023. A chance de precipitações tem relação com os impactos da La Niña e o padrão de águas aquecidas próximas à costa nordestina. Áreas da Bahia, Sergipe e Alagoas, contudo, podem ter chuvas ligeiramente abaixo da média. 

As temperaturas devem predominar próxima e acima da média histórica em grande parte da região, exceto no norte do Maranhão, Piauí e Ceará, onde podem um pouco mais baixas, devido a dias consecutivos com chuva.

Centro-Oeste

No Centro-Oeste, a tendência é de chuvas acima da média histórica em quase toda a região, menos no sul do Mato Grosso do Sul, norte do Mato Grosso e oeste de Goiás. As temperaturas devem permanecer próximas e ligeiramente acima da média climatológica.

Sudeste

Para a Região Sudeste, a previsão é de precipitação irregular até março, com acúmulo acima da média no Espírito Santo, região metropolitana de Belo Horizonte e Triângulo Mineiro, além do oeste e leste de São Paulo. Nas outras áreas, está previsto volume de chuva igual ou um pouco abaixo da média. 

As temperaturas devem permanecer próximas e ligeiramente acima da climatologia nos meses seguintes.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica maior chance de chuvas próximas e abaixo do esperado em toda a região, devido aos impactos do fenômeno La Niña. As temperaturas devem permanecer próximas da climatologia e ligeiramente acima da média.