"RMVale precisa de tratamento diferenciado do Governo na segurança pública", diz Padre Afonso

Deputado está realizando reuniões com autoridades e sociedade para buscar formas de diminuir os índices de violência na região


A região do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVale) é considerada uma das mais violentas do Estado de São Paulo, registrando números de homicídios acima da média estadual, e com aumento em crimes de roubos, furtos, estupros, violência doméstica, etc. Esse cenário está preocupando políticos e autoridades na área de segurança na região, que estão se reunindo para discutir formas de diminuir os números da violência e a condição de trabalho da polícia.

Para o Deputado Estadual Padre Afonso Lobato (PV), o governo estadual precisa tratar a RMVale de maneira diferenciada, por ser uma região importante, localizada em um ponto estratégico do Estado e com grande movimento de turistas. "Eu estou bastante preocupado com a questão da segurança pública, porque a gente está percebendo o impacto que isso está causando na região. Estamos entre as duas maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro, ligados pela via Dutra, que tem um fluxo de veículos imenso diariamente e essa localização facilita a questão do transporte de drogas e armas”, disse o deputado.

Um dos principais problemas citados pelo parlamentar, que prejudicam o avanço do trabalho da segurança pública, é na questão do trabalho policial. Para ele, a região tem um efetivo trabalhando no limite e os policiais não deveriam ser direcionado para outras funções, como de escolta de presos, além de citar condições precárias de algumas delegacias e falta de veículos e equipamentos.

"O efetivo é muito aquém do que a região merece. É necessário a reposição dos claros da polícia e a melhora de equipamentos e viaturas", diz. "Sobre a escolta de presos, eu não consigo mais aceitar que na nossa região grande parcela de um efetivo, que já é abaixo do necessário, esteja fazendo escolta de presos. O policial não pode ser desviado do policiamento ostensivo, para fazer esse tipo de trabalho. Acredito que o Governo deve repetir o que já foi feito em outras regiões, como Campinas, e abrir concurso para agentes de escolta, deixando a polícia focada no combate ao crime", explica.

Para tentar aumentar o diálogo sobre o assunto, o parlamentar tem organizado reuniões com autoridades políticas, civis, militares e sociedade, envolvendo todos no problema e levantando questões que ele, como deputado, levará ao Governo. A última delas aconteceu no dia 31 de janeiro, no bairro Araretama, em Pindamonhangaba, a pedido de Padre Cipriano Oliveira, da Paróquia São Miguel Arcanjo.

"A reunião foi muito produtiva, pois tivemos a presença do prefeito Isael Domingues, representantes das polícias militar e civil, entre outras autoridades ligadas ao tema, além dos moradores do bairro. Nós precisamos envolver a sociedade como um todo na questão de segurança pública, junto com um trabalho de Prefeitura com assistência social e ações preventivas, que possam incluir os jovens que estão a margem da criminalidade. Além também de um trabalho de ordenamento urbano, com ruas bem iluminadas e limpas", ressalta. "O combate ao crime não é problema apenas para a polícia, toda classe política e a sociedade tem sua parcela de envolvimento", afirma o deputado.

Padre Afonso irá se reunir com o secretário de Segurança Pública, Magno Alves, na próxima segunda-feira (6) para levar as questões discutidas nas reuniões de dezembro e janeiro, e pressionar o governo a adotar medidas efetivas para a região.

"No dia 16 de dezembro, tivemos uma reunião no 5º BPMI, em Taubaté, exatamente para discutir a realidade. Estiveram presentes a Coronel Eliane Nikoluk (Comandante do CPI-1) e coronéis dos Batalhões da região, além de promotores, juízes, líderes de organizações, entre outros. E agora irei até o Secretário de Segurança Pública levar tudo que foi discutido nessa e outras reuniões. Falarei sobre a questão de efetivo policial, equipamentos, câmeras de monitoramento, o gabinete de segurança - que foi instalado na região, mas não disse a que veio, e dizer ao secretário e ao Governo do Estado: o RMVale precisa de mais atenção e investimento, pois somos uma região importante e diferenciada", completa.