Acionistas da Embraer aprovam parceria com a Boeing

Até a conclusão da transação, a Embraer continuará operando as áreas de aviação comercial e do programa KC-390 de forma independente


Após determinação da Justiça que suspendeu o efeito da liminar contra a assembleia com vistas à  fusão, acionistas da fábrica brasileira Embraer aprovaram o acordo entre as Embraer a Boeing com 96,8% dos votos válidos. A assembleia extraordinária foi realizada hoje (26).

Os acionistas aprovaram a proposta que estabelecerá uma joint venture, isto é, uma nova empresa,  composta pelas operações de aeronaves comerciais e serviços relacionados da Embraer. A negociação envolve o setor de jatos comerciais e a produção e comercialização dos cargueiro militar KC-390. A Boeing deterá 80% da nova empresa e a Embraer os 20% restantes.

Segundo a Embraer, a transação avalia 100% das operações de aeronaves comerciais da empresa em US$ 5,26 bilhões e contempla um valor de US$ 4,2 bilhões pela participação de 80% da Boeing na joint venture.

Os acionistas da companhia brasileira também aprovaram a criação de uma joint venture para promover e desenvolver novos mercados para o avião multimissão KC-390. Sob os termos da parceria proposta, a Embraer deterá 51% das ações da joint venture e a Boeing, os 49% restantes.

"Essa importante parceria posicionará as duas empresas para oferecer uma proposta de valor mais robusta a nossos clientes e investidores, além criar mais oportunidades para nossos empregados. Nosso acordo criará benefícios mútuos e aumentará a competitividade tanto da Embraer quanto da Boeing", disse o presidente e CEO da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva.

Por meio de nota, a Embraer informou que os negócios de defesa e jatos executivos e as operações de serviços da empresa associados a esses produtos permanecerão como uma empresa independente e de capital aberto. "Uma série de acordos com foco na cadeia de suprimentos, engenharia e instalações garantirá benefícios mútuos e maior competitividade entre a Boeing, a joint venture e a Embraer", diz a nota.

A conclusão do negócio depende agora da aprovação das entidades reguladoras. A Boeing e a Embraer anunciaram em dezembro de 2018 que haviam aprovado os termos das duas joint ventures e o governo brasileiro aprovou a transação em janeiro de 2019.

Até a conclusão da transação, a Embraer continuará operando as áreas de aviação comercial e do programa KC-390 de forma independente.