Boeing rompe contrato com Embraer e sindicato pede reestatização

Embraer afirma que Boeing rescindiu indevidamente o Acordo Global da Operação (MTA)


Desde 2018 a gigante internacional, Boeing, havia fechado o acordo de cerca de US$ 5 bilhoes com a Embraer. Hoje (25), a empresa internacional rescindiu o acordo em meio à crise no setor aero relacionada aos problemas econômicos causados pela pandemia de covid-19.
 
Em comunicado aos investidores divulgado pela Boeing, a empresa alegou que "exerceu seu direito de rescindir" o acordo "após a Embraer não ter atendido as condições necessárias" para mantê-lo. Entretanto, a Embraer acredita que a Boeing rescindiu indevidamente o Acordo Global da Operação (MTA) e fabricou falsas alegações como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar a transação e pagar à empresa brasileira o preço de compra de U$ 4,2 bilhões.
 
A empresa brasileira declarou ainda que está em total conformidade com suas obrigações previstas no MTA, e que cumpriu todas as condições necessárias previstas até 24 de abril deste ano.
 
Diante dessa reviravota no acordo entre as empresas, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região declarou que defende a reestatização da Embraer. Em nota divulgada a imprensa essa tarde, o sindicato declarou desejar que o governo brasileiro "cumpra o seu papel em favor da nossa soberania e reestatize a Embraer para que, diante dos efeitos colaterais a serem provocados pela ruptura do acordo, agravados pelas consequências econômicas causadas pela pandemia do coronavírus, os empregos e direitos dos trabalhadores sejam preservados integralmente."

A Embraer afirmou, em nota, que buscará todas as medidas cabíveis contra a Boeing pelos danos sofridos como resultado do cancelamento e da violação do MTA.