Em último encontro do III Fórum CLIA Brasil, o Ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio destacou a importância em incentivar o setor de cruzeiros turísticos no Brasil. Depois de divulgar dados positivos em relação ao sucesso da última temporada de cruzeiro 2018/2019 no país e um futuro promissor de crescimento, o ministro aproveitou para anunciar planos para a criação de mais 15 portos receptivos na costa brasileira.
Criação de novos portos e leis de incentivo no setor
Além de anunciar o projeto dos novos portos, o ministro aproveitou para descrever o modelo de projeto já em fase de liberação em Brasília, o "BC Port" em Balneário Camboriú. De acordo com ele, os outros 14 portos portos de transatlânticos seguirão o mesmo modelo, que conta com um cais com pier para embarcar e desembarcar passageiros, já que o atual Atracadouro Barra Sul na região, não possui essa facilidade.
Álvaro Antônio também fez questão de frisar o momento do país e ações adicionais para impulsionar o setor. Segundo o ministro, o presidente Jair Bolsonaro é um grande aliado do turismo, e seus planos de crescimento visam focar na desburocratização, desregulamentação e incentivo dos setores e segmentos como o dos cruzeiros marítimos.
O objetivo é incentivar o crescimento do setor que, atualmente, ainda é modesto em comparação a outros países, mas que tem grande potencial e espaço para crescer, bastando apenas a viabilização do governo.
Só nesta última temporada de navios pela costa brasileira, o setor movimentou R$ 2 bilhões, com 400 mil turistas à bordo dos navios.
Nova legislação para incentivar o setor de navios turísticos
Para viabilizar os novos projetos do governo, está sendo criada uma nova lei com este objetivo. O ministro ressaltou que o governo se compromete a realizar ainda outras ações a fim de fomentar e desenvolver o setor de cruzeiros.
A proposta do governo em relação ao setor é ambiciosa. E a ideia é aumentar ainda mais a quantidade de navios operados na costa brasileira. Atualmente o país conta com 7 navios de três companhias marítimas (MSC, Costa e Pullmantur) já navegando pelo país, sendo que já foi anunciada a adição de mais um navio para a próxima temporada.
E quando falamos de navios que fazem as famosas passagens até a Europa (os transatlânticos, são pouquíssimos, segundo informação disponibilizada pelo site Triplover.com.br)
Mas o governo quer aumentar esse número para 40 até o fim de 2022, quando termina o mandato do presidente Jair Bolsonaro. O ministro acredita que possamos ter 50 ou 100 navios de cruzeiro fazendo turismo na costa brasileira.
O problema é que não só uma questão de quantidade pequena de navios, mas desafios bem maiores em infraestrutura, burocratização e legislação.
Por isso, o governo quer focar em melhorar a conexão dos portos às cidades; aumentar a infraestrutura de acesso dos navios à eles; e reconfigurar os terminais existentes para receber somente turistas, pois a forma atual dificulta o embarque e desembarque junto ao tráfego de cargas existente no local.
Assim, o ministro sugeriu a construção de novos terminais turísticos com investimento privado e remanejar o tráfego de cargas.
Mas não é só isso, o governo também precisa avançar na questão tributária com redução de impostos e de taxas operacionais, pois os custos de atracação, embarque, desembarque e mão de obra nos portos brasileiros são, em média, 40% mais caros que a média mundial.
Assim, essa nova legislação e incentivos vem muito a calhar neste momento para que esse crescimento seja mesmo viável.
O III Fórum CLIA Brasil
O III Fórum CLIA Brasil foi realizado na sede do Ministério do Turismo, em Brasília, e reuniu o setor de cruzeiros brasileiros com autoridades envolvidas na operação, além de portos, destinos e outros interessados na área.
Além da participação do Ministro do Turismo, do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas e do presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos, Marco Ferraz, o destaque maior foi a presença da presidente global da CLIA, Kelly Craighead, e dos direitos das quatro companhias de cruzeiro com participação direta no mercado brasileiro.