Areias recebe grupo joseense de teatro lambe-lambe

Alunos da rede pública aprenderão técnicas de lambe-lambe e terão mostra própria


Alunos da Escola Municipal Antonio Pinto de Carvalho Neto, no Centro de Areias, no Vale Histórico, conhecerão nesta semana os encantos da menor modalidade de teatro do mundo: a de miniaturas, também conhecida como teatro lambe-lambe. Entre quinta e sexta-feira (dias 14 e 15), eles serão conduzidos e capacitados por integrantes do Grupo Teatro do Imprevisto (GTI), de São José dos Campos, a confeccionarem seus próprios personagens e espetáculos em uma oficina, e depois, realizarão sua própria mostra ao público da escola.

As atividades fazem parte da circulação do projeto "Miniaturas na Caixa", contemplado pelo Programa Ação Cultural (ProAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, do Governo do Estado, e é a segunda da temporada, após a estreia em Silveiras, no mês passado. Referência no Estado nas linguagens de teatro de animação e de bonecos, o GTI ainda realizará duas apresentações do espetáculo homônimo na própria escola: às 14h de quinta-feira, e às 11h de sexta-feira.

Menor palco do mundo

Em "Miniaturas na Caixa", quatro tropeiros conduzem o público com suas cantorias até as caixas cênicas, onde serão encenados mini-espetáculos, com cenários e bonecos em miniatura, trilhas ou efeitos sonoros, jogos de luz e sombra, que realçam as histórias e convidam o espectador a uma viagem por símbolos, lendas e outras manifestações presentes na cultura tropeira paulista.

"A técnica é inspirada nos fotógrafos lambe-lambes, que utilizavam máquinas fotográficas em formato de caixas. Assim, o espetáculo é visto por um furo feito na caixa cênica. que permite espiar essa realidade em miniatura", explica o ator e produtor executivo Ricardo Salem. Cibele Tomaz, Vivian Rau e Izildinha Costa completam o elenco.

Lambe-lambe

Criada na região Nordeste, na década de 80, pelas artistas e baianas Denise do Santos e Ismine Lima, a técnica de teatro lambe-lambe lembra a de antigos fotógrafos, que visitavam praças, feiras livres e outros espaços públicos para fotografar e vender as imagens registradas a partir de suas caixas, apoiadas em tripés.