Bananal é outra localidade valeparaibana que comemora aniversário neste dia 10 de julho. Verdadeira joia do Vale Histórico, e uma das cidades mais importantes no período colonial, Bananal foi reduto de fazendeiros abastados e chegou a ter sua própria moeda, cunhada nos porões de uma de suas ricas fazendas.
A povoação teve origem pela iniciativa de João Barbosa de Camargo e sua mulher Maria Ribeiro de Jesus. O casal, após receber em 1738 a doação de uma sesmaria, ergueu em sua propriedade uma capela dedicada ao Senhor Bom Jesus do Livramento. Em 10 de julho de 1832, a freguesia foi elevada à Vila.
Moeda própria e ferrovia - Nesse período, a vila já era a segunda maior produtora de café da província de São Paulo. Se, no início da ocupação, predominava a lavoura de subsistência, o século XIX representou a transformação regional com as terras férteis propícias à cultura cafeeira. Grandes investimentos vieram para localidade, enquanto o lucro com o café garantia a compra de mais escravos e ampliação das áreas de cultivo.
As palhoças e casas rústicas foram aos poucos reconstruídas, transformadas em grandes casarões, decoradas com móveis vindos da Europa, quadros de pintores famosos, puro requinte. Enquanto isso, o Rio de Janeiro se transformava na capital de um novo império.
No auge de seu desenvolvimento, Bananal passou a ser cogitada a partir de 1870 para receber uma ferrovia, que passou a ser construída a partir de 1882, partindo de Barra Mansa. A conclusão do trecho até Bananal e construção da estação deu-se em 1888.
Estagnação - Porém, a roda da vida girou, e o movimento abolicionista abalou seriamente a produção, enfraqueceu a economia do país e criou um cenário de abandono. As locomotivas Maria Fumaça, importadas da Inglaterra - que fez o percurso Bananal/Barra Mansa durante vários anos-, foi encampada pelo Governo Federal em 1918 até ser desativada em 1964, já durante o regime da ditadura militar.
Sobraram apenas os casarões do período de glória. A abertura da Via Dutra também teve desastroso impacto sobre as cidades do Vale Histórico, tirando o movimento da velha estrada dos Tropeiros.
Sobrevivência - Na atualidade, o município tenta sobreviver por meio de ações em conjunto com outras localidades visando atrair turistas para o valor do patrimônio histórico local. A economia da cidade também aposta no turismo ecológico e prática de atividades ligadas ao esporte radical.
Bananal tem cerca de 10 mil moradores que ocupam um território de 316 Km². O município faz limites com Barra Mansa, Rio Claro e Angra dos Reis (Rio de Janeiro) e São José do Barreiro e Arapeí (São Paulo).