Aos 70 anos, morreu nesta sexta-feira (5) no Rio de Janeiro o compositor e sambista Almir Guineto, um dos pioneiros do movimento pagode e fundador do grupo Fundo de Quintal. Ele estava internado no Hospital Clementino Fraga, na Ilha do Fundão, onde vinha passando por tratamento de uma pneumonia. Em nota enviada à família, a causa do morte foi complicações cardíacas e problemas renais crônicos.
Almir estava afastado dos palcos desde meados do ano passado para tratamento de insuficiência renal e diabetes. A perda é lamentada em todo meio, onde Almir Guineto era considerado uma página especial no samba de raiz e partido alto. Para Alcione, era um cantor com linha melodia diferenciada.
Almir ajudou a fundar o grupo Fundo de Quintal no final da década de 1970. Entre alguns de seus grandes sucessões estão: “Meiguice Decarada”, “Caxambu”, "Conselho", "Mordomia", Lama nas ruas”, "Mel na boca" e "Saco cheio". O cantor é apontado como o responsável pela introdução do banjo nas rodas de samba, instrumento hoje muito popularizado nas formações musicais do ritmo.
Assim como Zeca Pagodinho, Almir Guineto faz parte do grande lote de sambistas descobertos em meados da década de 70 por Beth Carvalo, que certa vez foi conhecer as famosas rodas do Cacique de Ramos. A cantora se surpreendeu com gente nova produzindo novos e surpreendentes arranjos e instrumentos diferentes no samba como o banjo e o repique de mçao. Esse encontro revelou ainda músicos do naipe de Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Sereno, Bira Presidente, Sombra, Sombrinha, entre muitos outros.