Atendimento psicológico online ajuda idosos a superar traumas do isolamento social

O atendimento psicológico dedicado aos idosos teve que se adaptar durante o período de quarentena


 
Entidades públicas e instituições privadas passaram a utilizar o atendimento online como forma de evitar o contato pessoal e manter a atenção a um dos grupos mais atingidos pela Covid-19, cujo isolamento foi tratado como prioritário pelos especialistas de saúde.

No Residencial Club Leger, uma casa de idosos localizada em São Paulo, um projeto piloto realizado junto a uma das residentes deverá ser expandido aos demais moradores do local. Pelo formato de atendimento online, a usuária consegue expor seus desconfortos, medos, angústias e dúvidas pela adaptação ao novo lar e ao "novo normal" gerado pela pandemia. O formato online, segundo a psicóloga Daniela Bernardes, proporciona a ressignificação dessas experiências.

"Estudos têm mostrado que esse formato de acompanhamento apresenta resultados bastante promissores. No Brasil, com pesquisas em curso, especialmente a partir das demandas mais urgentes trazidas pela pandemia, essa assistência emocional aos idosos deve ser tornar, cada vez mais, permanente", avalia Daniela.

No interior do Rio Grande do Sul, no município de Frederico Westphale, a prefeitura montou um projeto de atendimento online à distância voltado exclusivamente a idosos. O objetivo é auxiliar, através de atividades diárias, na superação deste período de maneira menos traumática possível, promovendo maior qualidade de vida e cuidando tanto da saúde mental, quanto emocional e física.

"Todos os grupos referenciados mantinham uma rotina envolvendo família e atividades que eram desenvolvidas dentro do grupo, e tirar isso tudo deles de maneira repentina pode ser de difícil entendimento. Por isso, nós criamos esse plano de trabalho, para dar um suporte mesmo que a distância, e ajudar a amenizar problemas futuros que possam ser desencadeados por esse período que estamos vivendo", explicou Carla Veronese, secretária de Assistência social do município.

A psicóloga, Daniela Bernardes, destaca ainda que a adaptação dos idosos às ferramentas tecnológicas deve fazer parte do próprio processo terapêutico. "Quando bem articuladas, conduzidas e aplicadas, este processo ajuda a renovar padrões, quebrar crenças e proporcionam mudanças positivas em diferentes níveis", conclui.