Um total de 10.700 diagnósticos de câncer no fígado devem ser registrados no Brasil ao longo deste ano. A projeção integra o relatório Estimativa 2023, realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) para orientar o planejamento e a gestão de políticas públicas para a área oncológica do país.
Esta é a primeira vez que o documento traz informações específicas sobre o câncer no fígado. De acordo com o Inca, a inclusão se deu por conta da alta incidência da doença em algumas regiões do país.
Na análise da população nacional, o câncer no fígado é o 14º tipo mais comum. Os diagnósticos são mais frequentes em homens (60%) do que em mulheres (40%). No entanto, no recorte regional, os dados sofrem alterações. Na região Norte, ele é o sétimo mais comum entre a população masculina. No Nordeste, é o oitavo tipo de câncer que mais atinge os homens.
Os dados do Inca alertam sobre a necessidade de informar sobre a doença a fim de contribuir para que a população possa realizar os cuidados de prevenção, reconhecer os fatores de risco e os sintomas, além de buscar ajuda profissional.
A consulta com hepatologista possibilita o diagnóstico preciso e o tratamento correto da doença. Quanto mais cedo a patologia for tratada, maiores são as chances de cura e de qualidade de vida para o paciente.
Tipos, sintomas e fatores de risco
O câncer no fígado pode ser do tipo primário, que se manifesta no próprio órgão, ou secundário, que surge em outra parte do organismo e a partir da evolução da doença atinge o fígado, como informa o Ministério da Saúde.
Entre os sintomas que podem estar associados à patologia estão dor abdominal, aumento do fígado, pele e mucosas amareladas, coceira, febre, perda de peso, ausência de apetite, hematomas e hemorragias. Os sinais variam de acordo com os estágios da doença. Em muitos casos, ela pode evoluir de forma silenciosa, o que dificulta o diagnóstico precoce.
Alguns fatores aumentam o risco de desenvolvimento do câncer no fígado, como explica o Instituto Oncoguia. A infecção crônica por hepatite B ou C é uma das principais causas para o surgimento da cirrose hepática, condição que aumenta a possibilidade de o paciente ter câncer no fígado. Alcoolismo, tabagismo, obesidade, gordura no fígado e uso prolongado de anabolizantes são outros fatores de risco.
Diagnóstico e tratamento
Após uma avaliação clínica das condições do paciente, o médico hepatologista deve solicitar a realização de exames de imagem para verificar a presença de lesões no fígado, como a ultrassonografia, a ressonância magnética do abdome ou a tomografia computadorizada. O diagnóstico preciso é dado a partir de uma biópsia.
O tratamento varia conforme as condições de saúde apresentadas pelo paciente e o estágio da doença. Dessa forma, pode incluir cirurgia para a retirada do tumor, transplante de fígado, quimioterapia, radioterapia e/ou outros procedimentos.
Como prevenir o câncer no fígado
A prevenção ao câncer no fígado está relacionada à redução dos fatores de risco. O Instituto Oncoguia recomenda, primeiramente, os cuidados para não contrair a hepatite B ou C.
Para isso, não se deve compartilhar itens pessoais como seringas, agulhas, lâminas e alicates de unha. Também é necessário usar o preservativo nas relações sexuais. Outro cuidado essencial é tomar a vacina contra o vírus da hepatite B, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Os outros fatores de risco podem ser minimizados através de uma rotina de hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, hidratação, realização de exercícios físicos e manutenção do peso adequado. É necessário evitar o consumo de alimentos gordurosos, bebidas alcoólicas e cigarro.