Um grupo composto por 32 estudantes do curso de Medicina da Universidade de Taubaté (UNITAU) iniciou, em janeiro, um mapeamento sobre a situação vacinal de crianças da Rede Municipal de Ensino e também promoveu ações de esclarecimento sobre a Lei Lucas (1.3722/18). Até o momento, sete escolas de educação infantil foram visitadas.
Dados do Ministério da Saúde indicam declínio da cobertura vacinal em todo o país. Em 2021, menos de 59% dos cidadãos brasileiros foram vacinados. Em 2020, o índice foi de 67%; enquanto em 2019 chegou a 73%. O percentual determinado pelo Ministério é de 95%.
De acordo com a Profa. Dra. Natália Abou Hala Nunes, coordenadora do internato em Saúde Coletiva da Medicina da UNITAU, a pesquisa identificou carteiras de vacinação desatualizadas e pessoas desinformadas. "A deia é que o projeto (de mapeamento vacinal) continue durante todo o internato com todos os grupos que passarem", enfatiza.
Os estudantes desenvolveram um "feedback vacinal" para as instituições de ensino, após análise e mapeamento do contexto. A próxima fase do levantamento é compreender se o déficit está atrelado a alguma região específica da cidade para elaborar medidas estratégicas e direcionadas.
O aluno do último ano de Medicina, André do Val, aponta que a vacina com maior índice de queda é a poliomielite, que previne casos de paralisia infantil. Ele recorda que foram levantadas diversas carteiras de vacinação em parceria com o colega Rodrigo Degiovanni. A dupla verificou que, em alguns casos, as crianças não tinham o documento que acompanha o calendário de imunização.
André destaca ainda que há diversos fatores que impactam o cenário. "A gente ainda não consegue enxergar de uma maneira completa porque são muitos fatores como socioeconômico, educacional e ambiental. O ponto é entender o que está faltando para começar a pensar em estratégias", analisa.
Já os esclarecimentos sobre a Lei Lucas levaram a importância da capacitação em primeiros socorros no ambiente escolar. A legislação determina que escolas, públicas e privadas, assim como espaços para recreação infantil se preparem para atendimentos de primeiros socorros. Para o estudante do último período de Medicina, Lucas Audi, a experiência foi desafiadora. "Deu tudo certo. A gente fez uma dinâmica, não foi uma palestra, foi mais um bate-papo, a gente conversou bastante", finalizou.