A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que o local para que seja realizado o parto é de escolha da mulher; ainda assim, existem muitas dúvidas no que diz respeito ao parto domiciliar, embora a prática no Brasil esteja cada vez mais comum, especialmente nos centro urbanos, fazendo contraposição aos obstétricos recebidos no hospital.
Do ponto de vista técnico, os partos realizados em casa possuem menos intervenção; no entanto, é importante que os atendimentos de urgência sejam disponibilizados, caso a mulher precise, para que não ocorra o comprometimento dos envolvidos no processo.
Conduzido pelo VU University Medical Centre, de Amsterdã, um estudo de 2014 fez uma análise de comparações, com mais de 740 mil partos domiciliares e hospitalares, e a conclusão tirada é que não há risco para a mãe nem mesmo para o bebê quando o parto domiciliar ocorre de maneira organizada e integrada ao sistema de saúde hospitalar, caso seja necessário.
Para que o parto domiciliar seja considerado seguro, é preciso ter organização e conscientização da família de que, em caso de complicações graves, a distância do hospital pode se tornar um problema ainda maior, por isso o planejamento é essencial.
Para tanto, o ideal é que uma equipe experiente esteja acompanhando a família; além disso, a definição prévia do médico que será demandada, caso seja necessário. O monitoramento da temperatura, pressão sanguínea, pulsação e batimentos cardíacos da mãe e do bebê são imprescindíveis, e é importante frisar que o parto em casa não é indicado para todas as mulheres, tais como as diabéticas, hipertensas ou aquelas que apresentam uma gestação de risco.
Uma vez tomadas todas as providências, a mulher tem o direito de realizar o trabalho de parto onde e como quiser. Dos muitos fatores que influenciam a decisão, a possibilidade de poder definir quem acompanhará aquele momento é um deles. No hospital, só é permitida a entrada de um acompanhante; em um ambiente familiar, os irmãos ou as irmãs da criança que irá nascer podem estar presentes, por exemplo.
Outro fator de influência é a experiência do bebê ao nascer, uma vez que ele viverá naquele ambiente por muito tempo, logo já tendo uma primeira experiência positiva e criando anticorpos.
Ademais, o conforto do lar é um dos fatores essenciais, pois a mulher pode escolher onde quer realizar o trabalho de parto, da maneira que se sentir melhor, seja em um sofá confortável ou em uma banheira, realizando o conhecido parto na água. E, após o trabalho, a mulher ainda está em casa, sendo possível deitar na sua cama e ser cuidada pelos familiares em um ambiente já conhecido, seguro e íntimo.
Seja qual for o método escolhido pela mulher no momento do parto, é mandatório que a prioridade seja o planejamento e o cuidado com a saúde, tanto da mãe quanto do bebê.