Sialorreia. O nome é estranho, mas o fenômeno bastante conhecido por quem tem bebê por perto. Nada mais é que a produção de saliva em excesso.
Até dois anos de idade, os bebês ainda não têm seus músculos faciais controlados, por isso os babadores são itens comuns nos enxovais.
Já na fase adulta, a salivação abundante pode indicar algum problema de saúde ou sintoma de uma doença crônica associada. De uma forma ou de outra, um médico deverá ser consultado.
Sobre a sialorreia
A salivação é um mecanismo do organismo fundamental para ajudar na mastigação e deglutição dos alimentos. Além disso, ajuda a manter a saúde dos dentes, porque possui propriedades que ajudam a combater bactérias.
Diariamente, as glândulas salivares são responsáveis pela produção de cerca de 1,5 litro de saliva. Quando esse nível aumenta, é sinal de que há algo fora do normal.
Normalmente, a sialorreia é consequência do controle muscular facial fraco, o que ocorre em casos de anormalidades neurológicas, como paralisia cerebral, autismo, Síndrome de Down, demência, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, Doença de Parkinson e acidente vascular cerebral (AVC).
Pode ocorrer em circunstâncias passageiras, como reação a alguns medicamentos, gravidez, dentes cariados, tabagismo, infecções orais e refluxo gastroesofágico. Problemas posturais, stress e má oclusão dentária são fatores que também desencadeiam o excesso de salivação.
Mau odor, rachaduras nos lábios e infecções na boca são consequências possíveis da hipersalivação, mas o problema pode se agravar ao ponto de causar convulsões e desidratação.
Ainda pode gerar perturbações no sono, reduzindo a qualidade de vida do paciente.
Uma das queixas mais frequentes é o fato da sialorreia causar mal estar social e dificuldades motoras orais, como fala e alimentação.
Riscos: quando consultar um médico
Se o problema persistir é importante buscar ajuda médica, afinal a produção de saliva em excesso pode fazer com que o paciente se engasgue durante o sono, o que pode ser fatal.
Outro risco é a pneumonia por aspiração, que é uma infecção nos pulmões decorrente a inalação das secreções salivares.
A especialidade do médico a ser consultado depende da causa. Se a sialorreia for consequência de problemas neurológicos, um fonoaudiólogo pode tratar o problema exercitando os músculos faciais.
Se for sintoma do refluxo gastroesofágico, um gastroenterologista o pode ajudar a controlar o fenômeno ministrando medicações.
Já se a causa for problema nos dentes e na cavidade bucal, o certo é buscar um dentista ou especialista em estomatologia.
O tratamento ideal deve ser indicado pelo médico especialista. Por isso é importante que o problema seja diagnosticado e tratamento seja ministrado por profissionais de saúde capacitados.
Medicação
Os remédios indicados são chamados de anticolinérgicos. Apesar de eficazes para controlar os sintomas, os efeito colaterais podem desencadear outros problemas de saúde e são bastante desagradáveis, como retenção urinária, boca seca e aumento da pressão intraocular.
Em pacientes com idade avançada, podem atingir o sistema nervoso central, prejudicar a memória e gerar confusão mental. Por isso, a importância do acompanhamento especializado para a melhor decisão em prol do paciente.
Toxina botulínica (botox): tem ação mais duradoura. Porém, também causa efeitos colaterais: dificuldade para engolir e mastigar, boca seca, saliva mais viscosa e secreções mais espessas;
Radioterapia: Quando os métodos citados acima não respondem bem, há a opção do tratamento com radioterapia. Neste caso, os efeitos colaterais existem, mas são de curta duração. Os benefícios do tratamento também são duradouros: o paciente pode ficar livre da sialorreia por até cinco anos;
Cirurgia: a retirada das glândulas salivares principais pode gerar ótimos resultados, porém em casos de pacientes com doenças crônicas associadas, é um procedimento de maior risco.